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terça-feira, 26 de janeiro de 2010
26 de janeiro de 2010 | N° 16227
MOACYR SCLIAR
E como anda a gripe?
As notícias sobre o terremoto no Haiti, sobre tempestades, inundações e desabamentos, apavoraram o Brasil e o mundo. É um alívio, portanto, receber boas notícias em relação a um problema que causou, e causa, muita apreensão: a gripe suína. Aqui no Brasil, por causa do verão, os casos da doença diminuíram muito. Já no Hemisfério Norte, a enfermidade continua se disseminando, mas os prognósticos alarmantes aparentemente não se confirmaram. Assim:
1) Na Inglaterra, no final do ano passado, o número de casos chegou a seu nível mais baixo desde o começo da epidemia; nos Estados Unidos, os casos, apesar de numerosos (55 milhões de pessoas adoeceram desde abril de 2009), diminuíram nas primeiras semanas de janeiro;
2) As pesquisas mostraram que o H1N1 se dissemina menos do que os vírus causadores de epidemias prévias (1957 e 1968). Na Inglaterra, verificou-se que, em 72% das casas em que ocorreram casos da doença, esta ocorrência se restringiu a uma só pessoa, sem extensão a outros membros da família;
3) Na Inglaterra, o número de pessoas que tiveram de tomar drogas antivirais (Tamiflu) baixou de 13.436 na semana terminada em 5 de janeiro, para 6.337 na semana terminada em 18 de janeiro;
4) Não está faltando vacina. Informação importante, porque, há alguns meses, falava-se em dificuldade de produção do imunizante, sobretudo nos Estados Unidos.
Estas notícias refletem-se no ânimo da população. Em setembro, de acordo com uma enquete realizada pela Universidade de Harvard, 52% dos americanos tinham medo de pegar a gripe; em janeiro, a percentagem baixou para 40%.
Mas atenção: o otimismo exagerado é algo a ser evitado. As pessoas não podem deixar de se vacinar. Na França, foram estocados 90 milhões de doses do imunizante (a população é de cerca de 63 milhões de pessoas), mas sobrou vacina, porque só 5 milhões de pessoas se vacinaram. O mesmo aconteceu na Alemanha e na Holanda.
Não dá para relaxar. No Hemisfério Norte, o inverno não terminou, os casos podem aumentar. E, no Hemisfério Sul, mesmo que a chamada “segunda onda” da gripe suína seja menos intensa, a importância da vacinação não deve ser minimizada; aliás, o Brasil está se preparando adequadamente para isso. Também as medidas de higiene (lavar as mãos) não podem ser esquecidas.
A humanidade obteve êxitos impressionantes na erradicação da varíola e no controle da paralisia infantil – graças à vacina e graças à colaboração das pessoas. Em nosso mundo, felizmente, catástrofes ainda podem ser evitadas.
Se outro mérito não tivesse, só o fato de ter criado o slogan “Um mundo melhor é possível” já justificaria o Fórum Social Mundial. É uma grande, e muito necessária, mensagem de esperança.
A turma do Bom Fim lembra a jovem bonita, vivaz, inteligente, culta. Marlene Sirotsky deixa grande saudade.
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