Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
14 de janeiro de 2010 | N° 16215
RICARDO SILVESTRIN
Salve, Jorge!
Paranoia. Foi isso que ficou depois de ver 2012. O filme tem efeitos espetaculares. É uma aventura. Embora tentando alertar para a realidade, não tem compromisso com um realismo. As fugas dos heróis são de desenho animado.
O mundo desaba, e eles escapam por um fio. Tudo explodiu, a água levou continentes de roldão, mas os celulares estão funcionando. Pura ficção. Se hoje, com tudo ligado, satélites nos trinques, a ligação cai, imagina no meio desse caos.
Quando chegam essas notícias de pontes caindo, deslizamentos de terra, gente sendo tragada pelas calçadas, logo pensamos: 2012! Mas é bom lembrar, como estão levantando várias organizações, que é preciso fazer vistoria em pontes, estradas, viadutos. Não tem nada de místico e inevitável como nas profecias e escrituras do filme. Há uma prevenção de catástrofes que pode e deve ser feita pelo poder público.
Vi também outro filme em que os efeitos são o astro. Mesmo sendo estrelado por Jim Carey, o que levamos de Os Fantasmas de Scrooge é a evolução da terceira dimensão. Colocamos óculos, e personagens e objetos estão a um palmo do nosso nariz.
Vai muito além daqueles primeiros filmes em 3D. Também a tecnologia digital facilitou a mistura de animação com pessoas reais. Não há mais limite. Os personagens são deformados fisicamente pelos efeitos. Tudo se integra para criar o ambiente de conto fantástico do filme.
Mas tem também outro tipo de cinema. Fui ver É Proibido Fumar, filme da brasileira Anna Muylaert. É sobre o cotidiano de uma mulher que vive sozinha num apartamento de São Paulo. Conhece um vizinho e por aí vão seus conflitos e alegrias. O vizinho é interpretado pelo cantor, compositor e ator Paulo Miklos. No papel da mulher, Glória Pires.
Não acontece nada de extraordinário, exceto um acidente, que é tratado também sem muito alarde. Há um claro enleio por São Paulo. Um recorte das pessoas, músicos e atores legais que circulam pela cidade.
Abujamra, pai e filho, fazem uma ponta. Lourenço Mutarelli, o escritor, autor de histórias em quadrinhos e ator desde O Cheiro do Ralo, faz outra.
A trilha, a cargo do Miklos, faz uma exaltação a Jorge Ben. Mostra pérolas de lado B de discos do Jorge, relembra a interpretação de Filhos de Gandhi, do Gil, do disco clássico e ainda pouco conhecido dos dois, Ogum, Xangô.
E ainda pontua o debate entre os perfis dos dois personagens, ela fã de Chico Buarque; ele, de Jorge Ben. Ela acha Chico politizado, inteligente. Ele já o acha um pouco devagar, colocando na vitrola um Jorge Ben pra balançar. De um filme como esse, o que fica é a vida. Precisa mais?
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