quinta-feira, 19 de outubro de 2023



19 DE OUTUBRO DE 2023
POLÍTICA +

Leite leva 20 secretários a São Paulo Educação vira bandeira do Executivo e do Legislativo

 Acompanhado por 20 secretários titulares ou adjuntos, o governador Eduardo Leite participa, entre hoje e sábado, em São Paulo, da 9ª edição da reunião de membros do Consórcio de Integração Sul e Sudeste. O grupo é formado pelos governadores de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

A abertura oficial será hoje, às 14h30min. Amanhã, estão previstas duas reuniões com os governadores no Palácio dos Bandeirantes. Os temas dos encontros serão segurança pública, pela manhã, e meio ambiente, à tarde.

Os secretários participarão de debates em grupo nas áreas de desenvolvimento social, direitos humanos, finanças, saúde, cultura, turismo, educação, desenvolvimento econômico, infraestrutura, transportes, agricultura, desburocratização, transparência, governança, esportes, juventude, políticas para mulheres, habitação, fomento e defesa civil.

Professor da USP orienta gestores 

Especialista reconhecido, o professor Mozart Neves Ramos comandou, nos últimos dois dias, a formação de um grupo de secretários de Educação e 500 diretores de escolas de 21 municípios gaúchos.

As atividades integram a programação do Educa+RS, iniciativa do TCE. Mozart é defensor da profissionalização das direções escolares. Hoje, não basta ser bom professor para dirigir um colégio. É preciso também ter habilidades como gerir pessoas, dominar tecnologias e fazer a gestão financeira.

- É preciso criar uma cultura de metas e resultados, tomar decisão com base em evidências, não com base em achismos -ensina o professor da USP. Em 6 de dezembro, Mozart voltará ao Estado para avaliar os primeiros resultados.

O que se viu na Assembleia Legislativa ontem, no encerramento da primeira fase dos trabalhos do Movimento pela Educação, foi uma unidade que ocorreu pela última vez no início dos anos 2000, com o Pacto pelo Rio Grande. A diferença é que o pacto era tão amplo que acabou não produzindo resultados concretos e acabou esquecido ao término do mandato de Luiz Fernando Záchia. Desta vez, o presidente da Assembleia, Vilmar Zanchin, escolheu fechar o foco em um tema universal e que, pelo menos nos discursos, é prioridade para governo e oposição: a educação de qualidade.

Além de organizar o diagnóstico, que coincide com o que o governo já tinha, a Assembleia foi ao Interior ouvir diferentes atores envolvidos com o processo educacional. Zanchin também chamou especialistas com indiscutível conhecimento do tema e levou deputados para conhecer experiências que estão dando certo em outros Estados, como Ceará e Pernambuco.

Desse trabalho nasceu o projeto do Marco Legal da Educação, que ainda poderá ser aperfeiçoado no Legislativo, mas que transforma em lei uma das premissas defendidas, desde que chegou ao Rio Grande do Sul, pela secretária Raquel Teixeira: a municipalização do Ensino Fundamental 1 (séries iniciais). Sozinha, essa mudança tem impacto limitado. Ela precisa ser combinada - e essa é uma das conclusões dos seminários - com alfabetização na idade certa, escolas de tempo integral, Ensino Médio alinhado à realidade de um mundo cada vez mais tecnológico, educação profissional aliada ao desenvolvimento regional, fortalecimento e valorização da carreira de professor e uso da tecnologia educacional.

Para que não sejam só palavras ao vento, o trabalho precisa ter continuidade. Valorização de professores, por exemplo, não pode ser apenas discurso de campanha ou de propaganda. A questão é como traduzir as intenções em ações. A Assembleia montou o roteiro sintonizada com o Palácio Piratini, mas agora é preciso colocar as ideias em prática. Aprovar o Marco Legal é apenas o próximo capítulo.

ROSANE DE OLIVEIRA 

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