sábado, 21 de outubro de 2023


21 DE OUTUBRO DE 2023
MONJA COEN

GUERRA E PAZ 

Nenhuma guerra é santa. A guerra mata, degola, engole a dignidade, a honra, mata a bondade, o cuidado, a sabedoria e a caridade. Nenhuma guerra é justificável. A paz é santa, a paz é doce, a paz brilha suave e macia pelas ruas e vielas onde não há medo nem guerra. Nenhuma violência justifica outra violência. Nenhuma insatisfação social justifica a matança absurda de jovens, crianças, pessoas de todas as idades, desarmadas, assombradas, surpresas, aterrorizadas.

Recebi um vídeo curto com uma fala do escritor uruguaio Eduardo Galeano (1940-2015). Não sei de quando é esse vídeo desbotado, mas o que disse é tão atual: até quando vamos ter loucos, apaixonados pela morte, guiando populações cegas? E Galeano menciona Shakespeare, que escreveu na peça Rei Lear: "Neste mundo, os loucos conduzem os cegos".

Provocar o grande despertar da humanidade é sair desse lugar de loucura e de cegueira, sem abusos sanguinolentos, sem ódios, livres da ganância, raiva e ignorância - os três venenos que perturbam a mente humana.

Armas pedem por guerras. Guerras pedem por armas. Segundo a fala do escritor uruguaio, são gastos US$ 3 milhões por minuto na indústria de armamentos e, por minuto, morrem de fome ou de doenças curáveis 10 crianças. Essa conta não fecha.

Até quando a paz do mundo estará nas mãos dos que fazem o negócio da guerra? Até quando? A quem interessa a violência, o banho de sangue, o ódio, a discriminação? Que poder fantasioso é esse? Que riqueza pobre é essa de lucrar com a morte e com as armas?

Um terror sem justificativa. Nem a fome, nem a falta de terras férteis, nada pode desculpar atos como os que testemunhamos em Israel. Guerra ao terror que desconhece regras, terror que abusa, viola mulheres e crianças, joga granadas em abrigos antiaéreos e atira propositalmente em pessoas desarmadas. Quem ou o que teria tirado desses homens sua humanidade?

Seria matar e destruir, bombardear vilas, ruas, casas, cidades onde a população palestina vive pobre e sofrida, controlada por grupos vingativos - seria essa a resposta? Deixar milhões sem casas, comida, remédios e água - seria a solução? Ou será que a água está sendo canalizada para o mundo subterrâneo, o mundo inferior, onde habitam os seres vingativos?

Goboku issai daima saisho joju (Que todo o mal seja afastado). Que o bem prevaleça. Que os venenos da mente recebam seus antídotos: para a ganância, que surja a doação. Para a raiva, que venha a compaixão. Para a ignorância, que brilhe a sabedoria.

É tempo de orar, de olhar e respeitar a vida em sua pluralidade. Coração partido de dor, tristeza, lamentação. Não fique a favor deste ou daquele povo - isso ainda é divisão. Vamos nos levantar e despertar para dar vida à própria vida. Somos uma única família - a humana.

Não às guerras. Não ao terror. Não à violência. Clamo pela paz. A paz é doce, tranquila, macia, sem desejos, sem apegos, sem aversões. A paz cuida e compartilha, respeita e alegra a vida. A paz brinca com crianças e joga, dança, canta, respira.

Amor, ternura, bondade, sabedoria, compaixão: chamo seus exércitos para libertar os que foram desviados do caminho. Que a macia e suave luz da paz traga conforto e aconchego. Que o processo da cura, o processo da sanidade, o caminho da paz, se abra para toda humanidade.

Mãos em prece

MONJA COEN

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