30 DE OUTUBRO DE 2023
INFORME ESPECIAL
Não são só os livros Um relicário de festas retrô
Até São Pedro ajudou. A chuva que estava prevista não caiu, e o reencontro de Porto Alegre com a Feira do Livro foi como manda a tradição: com corredores lotados, cheirinho de pipoca estalando no ar e conversa animada. Estive lá.
Tirei o sábado para caminhar pela Praça da Alfândega e prestigiar o evento. Abracei amigos, vi uma exposição linda (leia a nota "Tributo aos grandes escritores", ao lado) e curti cada segundo.
Enquanto bebia um chope cremoso (um brinde, David!), fiquei me perguntando: o que, afinal, tem de tão especial aqui? Acho que descobri.
Não são só os livros. É o clima. O ambiente. Ali, sob os velhos jacarandás, Porto Alegre se transforma. O tempo para - ou são as pessoas que dão um jeito de arranjar tempo para parar, não sei. Quem vai à feira, vai para caminhar numa praça arborizada, que lembra um pouco o Interior - ou uma Capital que já não existe mais.
Quem vai, vai sem pressa. Caminha a esmo entre as bancas e - acredite! - até compra livros.
As pessoas esbarram-se pelos caminhos, não por estarem absortas na tela do celular. Estão "perdidas" naquele universo paralelo em pleno Centro Histórico. É um momento para passear com os filhos, rever os amigos e se reconectar à cidade.
Ali, entre livreiros, pipoqueiros, vendedores de cata-ventos e de algodão-doce, a metrópole de concreto parece ser mais acolhedora. A feira tem alma. Talvez seja isso. E todos são bem-vindos.
Não se surpreenda se, ao passar pelo número 1.003 da Avenida João Pessoa, uma das mais movimentadas da Capital, encontrar carros antigos, um tapete persa na calçada, lustres decorados e pessoas com roupas de época.
É que o Relicário Café, espécie de passagem secreta para o passado, decidiu inovar outra vez. Como já contei aqui, o lugar é uma mistura de antiquário, sebo, brechó e cafeteria. Agora, também vai promover eventos "como antigamente".
- Queremos fazer algo diferente na cidade - diz Silvana Fiorin, ao lado do marido, Sérgio Hoch, e da filha, Júlia (foto).
A estreia será hoje, no aniversário de um ano do espaço, que tem mais de 10 mil itens garimpados a dedo e conservados com esmero, em ambientes decorados em estilo retrô. Olhando de fora, você não imagina tudo o que há lá dentro.
A festa, cujos ingressos se esgotaram em uma semana, terá jantar imersivo, anfitriões e convidados em trajes de outrora, músicos tocando piano, violino e saxofone, uma cantora lírica e até direção artística - tudo para garantir uma experiência única.
Para saber mais sobre o lugar e os próximos eventos, é só seguir @orelicariocafe no Instagram.
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