ECONOMIA PRATEADA

Segundo os dados do IBGE divulgados neste ano, o grupo de pessoas com 60 anos ou mais representa 15,1% da população brasileira. O aumento da população idosa deve ser uma preocupação de todos, pois nos traz uma série de desafios e oportunidades que requerem atenção cuidadosa de sociedade, governos e instituições, visando garantir a saúde e a qualidade de vida dos idosos, bem como a sustentabilidade de um país como um todo.

Ter uma atividade produtiva dá às pessoas um senso de propósito e realização, aumentando assim a autoestima e a autoconfiança. Também estimula as interações sociais e desenvolve novas habilidades. Manter a mente ocupada é crucial para promover a saúde mental e o bem-estar em geral. Isso ajuda a prevenir o declínio cognitivo, como a perda de memória e da capacidade de raciocínio, e contribui para um envelhecimento mais saudável.

O mercado de trabalho tem apresentado uma variedade de abordagens em relação às pessoas idosas. Algumas empresas valorizam a experiência e o conhecimento que os idosos trazem, enquanto outras podem demonstrar preconceito ou dar preferência a trabalhadores mais jovens. É fato que a discriminação etária e o capacitismo ainda são uma preocupação em alguns setores, dificultando a entrada ou progressão dessas pessoas no mercado de trabalho.

Manter as pessoas acima de 60 anos trabalhando é manter uma força de trabalho experiente e habilidosa. É promover a troca de conhecimento intergeracional, reconhecendo os benefícios de ter funcionários de diferentes faixas etárias.

A inclusão de idosos no mercado de trabalho pode ajudar a combater o preconceito etário, demonstrando que a capacidade e o valor das pessoas não estão limitados pela idade.

A boa notícia é que algumas empresas e instituições já se deram conta das vantagens de empregar pessoas com 60 anos ou mais e estão desenvolvendo programas de inclusão para este grupo. Um bom exemplo é o Projeto 60+, da Associação Comercial de Porto Alegre, em parceria com o Sebrae RS, que incentiva essa troca de experiência. No final, os benefícios são para todos. Os idosos ganham e nossa sociedade também.

Psicóloga e conselheira da Associação Comercial de Porto Alegre - MARCIA ARAUJO SANTOS

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