Cidadão de Porto Alegre
Peço licença para quebrar um tabu. O pedido é necessário porque, na faculdade de Jornalismo, fui ensinado a não falar de mim mesmo. A frase era a seguinte: "Jornalista não é notícia". Cumpri a regra regiamente até hoje.
No dia 2 de outubro, segunda-feira passada, eu estava num evento, quando recebi a mensagem de uma amiga avisando que a Câmara de Vereadores havia aprovado um projeto de lei concedendo a mim o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. É claro que fiquei muito contente. Eu sabia que estava em tramitação, mas não tinha ciência de que seria votado naquele dia.
A autoria do projeto é do vereador Jessé Sangalli (Cidadania). O projeto ainda precisa da sanção do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo. Este é o rito tradicional, o processo formal para que um projeto se torne lei. Depois disso, o texto volta à Câmara para, aí sim, ser marcada a data de entrega.
Minha relação com Porto Alegre começou em 1998, ou seja, eu moro aqui há 25 anos. Em Caxias do Sul, cidade onde nasci e estudei, comecei a trabalhar em rádio aos 18 anos, mas já naquela época eu sonhava em trabalhar na maior rádio do Estado. E a Gaúcha ficava em Porto Alegre. Quando fui contratado, em julho de 1998, cheguei à rodoviária sem saber o caminho até o prédio da RBS.
Ainda bem que uma boa alma me ajudou e indicou que eu deveria apanhar o ônibus no terminal da Avenida Salgado Filho, no Centro. De lá, fui até o cruzamento das avenidas Ipiranga com Erico Verissimo (avenidas que eu só conhecia de ouvir falar) com o coletivo da Linha TV.
Minha primeira pauta foi fazer uma enquete com frequentadores do Parque da Redenção. Cheguei lá graças ao motorista da Rádio Gaúcha João Carlos Cruz. Lá se vão 25 anos de relação com Porto Alegre. Ou seja, moro há mais tempo aqui do que residi na cidade onde nasci. Na Capital, construí uma família. Minhas duas filhas nasceram aqui.
Antes de mais nada, sou jornalista. Nesta condição eu também brigo pela minha cidade. Já enfrentei muitas discussões na defesa de Porto Alegre. Sempre foi pelo interesse público, e o público inclui a minha família. Tenho certeza de que minhas filhas estão no lugar certo, numa Porto Alegre cujo pai é cidadão emérito.
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