19 de janeiro de 2017 | N° 18746
EDITORIAIS
RETROCESSO NO ENSINO
O continuado retrocesso no ensino ao longo dos últimos 18 anos, apontado por estudo do Movimento Todos pela Educação, ajuda a explicar muitos dos problemas enfrentados hoje pelo país do aumento da criminalidade ao recrudescimento da corrupção. Entre 1997, quando os dados começaram a ser computados pela organização, e 2015, a taxa de alunos do 3º ano do Ensino Médio com aprendizado adequado em matemática caiu de 17,9% para apenas 7,3%.
Em língua portuguesa, os resultados são menos desalentadores. Ainda assim, a queda na qualidade também fica evidente com a redução de 12 pontos, ao longo do mesmo período, no percentual de alunos com aprendizado adequado. O alerta do estudo precisa motivar ações imediatas, antes que essa deterioração se mostre irreversível.
Há algo muito preocupante quando tantos jovens começam a se desinteressar pela escola, justamente no momento em que mais precisariam estar conscientes da importância do estudo, pois se aproximam da vida adulta e da fase de definição profissional. A desmotivação, comprovada com base nos resultados da Prova Brasil e do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), fica evidente também quando é avaliado um período mais curto, na comparação dos dados de 2015 com os de 2013, o que descarta a possibilidade de reversão do quadro por si só.
O país não tem como romper com as amarras ao desenvolvimento econômico e social com tantos jovens sem o domínio de conteúdos elementares de português e matemática. As razões do fracasso, que se reproduz no Rio Grande do Sul, são conhecidas. Entre elas, destaca-se a falta de políticas educacionais continuadas. É preciso enfrentar essa causas enquanto é tempo.
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