terça-feira, 3 de janeiro de 2017



03 de janeiro de 2017 | N° 18731
ARTIGO | DENIS LERRER ROSENFIELD

BOM SENSO

Elas não são de direita, nem de esquerda, são apenas de bom senso. Ocorre que o bom senso havia abandonado a seara política, tendo sido substituído pelo anacronismo de ideias e práticas, baseadas na concepção de que o Estado tudo pode. E, principalmente, gastar muito mais do que arrecada.

O resultado é visível: 12 milhões de desempregados, PIB em queda vertiginosa e uma inflação que somente agora, graças à nova administração do Banco Central, começa a ser controlada. O “Estado tudo pode” veio a significar: quebrar o país.

O que sim deveria causar espanto, senão indignação, é que os mesmos que levaram o Brasil a esse buraco teimam em insistir nas mesmas propostas. Os crimes cometidos, revelados pela Lava-Jato, são simplesmente varridos para baixo do tapete, quando nada mais são do que expressões de que o Estado-partido tudo pode!

Querer atribuir ao governo Temer a qualificação de “direita” por estar levando a cabo essas mudanças é nada mais do que insensatez.

Se as expressões de direita e esquerda possuem ainda algum significado, elas deveriam expor uma discussão de prioridades dentro de um mesmo orçamento. Haveria, partidariamente, todo um debate sobre as prioridades orçamentárias.

Acontece que a discussão atual termina sendo anacrônica. Ser de esquerda significaria gastar aquilo que um Estado não tem. Significaria a incapacidade de fazer qualquer cálculo entre o que é arrecadado e o que pode ser gasto. Discutem fora de qualquer conta, incapazes de calcular.

É evidente que tal formulação vale não apenas para a esfera federal, mas igualmente para as esferas estaduais e municipais. Os Estados em particular, com o nosso Rio Grande em pauta, têm se caracterizado pela completa irresponsabilidade. Agora, aqui, começa a ganhar prumo.

Particular atenção deveria ser também dada aos setores corporativos mais fortes do Executivo, do Legislativo, do Judiciário e do Ministério Público, que teimam em não obedecer ao princípio constitucional do teto dos salários públicos. Alguns escudam-se atrás de Lava-Jato, que tão relevantes serviços tem prestado à nação, com o único intuito de preservarem os seus privilégios.

O bom senso deveria imperar! O colunista escreve às terças-feiras neste espaço.

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