sábado, 14 de janeiro de 2017


14 de janeiro de 2017 | N° 18742 
DAVID COIMBRA

Correção


Outro dia, escrevi James Jean em vez de James Dean e umas pessoas disseram que sou idiota. Sorte minha. Esse foi dos erros menos graves que cometi. Tivessem descoberto as dezenas de outros, me amarrariam na cadeira elétrica lá do Alabama e ligariam a chave.

Ora, não passou de uma distração, como se tivesse escrito “Michael Jackson”. Quem não sabe que o verdadeiro James Jean foi outro personagem? E, não, não foi o inventor do jeans, como muitos haverão de pensar. Esse foi o Almirante Lee, herói da Guerra de Sucessão, representado, depois, no famoso seriado Viagem ao Fundo do Mar, que se baseou no livro de Julius Vermes.

O Almirante inventou essas calças belas e resistentes para melhor vestir os soldados do Sul, que, em meio à pugna renhida, como se dizia na época, viam seus uniformes em frangalhos. Donde, aquela também foi chamada de Guerra dos Farrapos, como a nossa, de 1893.

Deu certo. O Sul venceu e as calças jeans se popularizaram, ganhando o codinome de Calças Lee devido ao Almirante.

Bem mais tarde é que viria o Brim Coringa, assim denominado porque o arquirrival do Batman, o Pinguim, trajava-se totalmente de azul, a cor exclusiva dessas calças, os blues jeans. Aliás, não é por outro motivo que os asseclas do Pinguim, que usavam uniforme azul, eram conhecidos como os Blues Mans, e seus descendentes até hoje fazem shows e propaganda de telefônica.

Mas é importante registrar que, no inglês, a palavra “blues” não significa apenas “azul”. Não. Significa também “triste”, porque os blues mans, depois de finalmente capturados por Batman, Robin e a Mulher-Gato, foram mandados para a terrível prisão de Attica, aquela da qual era impossível fugir. Lá, naturalmente chateados, eles cantavam melancólicas canções, lembrando de seus tempos felizes na cidade de Metrópolis.

Por sinal, Metrópolis, todos sabem, é o nome fictício da capital americana, Nova York. Já o jornal em que Batman trabalhava, o Planeta Diário, é, na vida real, o Post.

Claro que ele não ia trabalhar no jornal fantasiado de Batman. Ele se apresentava com sua identidade civil, o bilionário Bruce Willys.

Eu, que sempre fui admirador do seriado, sempre lembro da cena do Batman saindo da batcaverna com seu jato particular, o Aéreo Willys, veículo que angariou tantos fãs no mundo inteiro, que um deles, no Brasil, batizou seu filho com esse nome. E quem não é ele senão o nosso senador, o Dean Willys?

Mas agora estamos entrando no terreno pantanoso da política, onde qualquer erro vale ofensa nas redes sociais. Prefiro não me aventurar. Basta ter sido açoitado e vilipendiado pelo cometimento daquele errinho de nada com o nome do velho e bom Jean.

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