07 de fevereiro de 2014
| N° 17697
PAULO SANT’ANA
Bom proveito
Primeiro, os grevistas dos ônibus
submeteram a Justiça do Trabalho. Fizeram dela o que bem quiseram.
Depois, os grevistas desordeiros
(não a maioria, apenas alguns líderes e depredadores) submeteram o prefeito,
indiretamente submeteram o governador, que mostra indiferença com esse caos no
transporte da Capital. Mais tarde, foram submetendo os próprios companheiros
grevistas que todos os dias querem voltar ao trabalho e são impedidos por piquetistas.
A seguir, submeteram a Brigada
Militar, que não tem culpa, porque é mandada pelo governo e o governo não quer
que ela interfira na desordem.
Quando eu digo que a Brigada
Militar não está interferindo na desordem, não quero dizer que ela interfira na
greve, quero dizer que ela tem o dever constitucional de interferir na desordem
e é desordem não permitir com piquetes que trabalhadores abandonem a greve.
Pois bem, mais tarde e em razão
disso tudo, os grevistas, já totalmente odiados pela população, submeteram 1
milhão de pessoas que trafegam como passageiros de ônibus na Capital, obrigando
essa multidão a seus caprichos. A narrativa pela Zero Hora de ontem do que
sofrem os passageiros da agonia é de cortar o coração, indizíveis agruras.
Sevandijas, é o mínimo que me
permito dizer desses agentes da desordem.
E, por último, os grevistas estão
mexendo com o derradeiro baluarte, entre esses todos já citados, da
resistência: esta coluna.
Esta coluna está cedendo, está
oferecendo aos grevistas ilegais a cidade para que se fartem dela como já estão
se fartando, a Porto Alegre submetida, escravizada, desmoralizada por essa
greve infame da qual jamais nos esqueceremos.
Todos sabem quem produziu essa
greve, todos conhecemos os autores desse horrendo parto.
Eles são senhores da cidade e da
razão. Por três vezes enganaram a Justiça do Trabalho, fizeram-na de boba,
assinando acordos em que parte da frota e depois a totalidade dela retornariam
imediatamente ao trabalho. No dia seguinte, não cumpriram com sua assinatura e
exigem que a Justiça do Trabalho continue a mediar um acordo, quando se sabe
que eles, como já provaram várias vezes, não aceitam acordo algum, querem fazer
a sociedade de tola e querem se refestelar na desordem. Se assinarem um acordo,
não o cumprirão.
Está aí Porto Alegre à mercê
desses insensíveis. Nossa cidade virou uma terra de ninguém, amordaçada por uma
meia dúzia de atrabiliários que a aprisionaram.
Está aí a cidade de Porto Alegre
a seus pés, comando da greve. Façam bom proveito da cidade. Ela é sua, ela só
pertence a vós.
Bom proveito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário