04
de dezembro de 2013 | N° 17634
PAULO
SANT’ANA
A repescagem
Ando
atirando pedras nas pombas do Tulio Milman. Explico: uma tática que uso muito
para aproximar-me de mulheres interessantes é seguir a trilha de um jovem
bonitão: sempre surgem no caminho mulheres lindas atrás do galã e alguma coisa
sobra para mim.
É
uma tática que posso denominar de repescagem.
O
Tulio fica entretido entre dezenas de fãs, não pode dar conta de todas elas.
Nesse entrevero todo, sobra sempre alguma coisa aqui pro proprietário da Granja
do Torto.
É
impressionante, mas é admirável a fidelidade conjugal do Tulio. Ele nunca risca
fora da caixinha.
Verdade
que não tenho nem a juventude, nem a beleza física do Tulio Milman. Mas
compenso com a minha inteligência e sensibilidade. O importante é conseguir os
alvos. Depois de conseguidos, então entra a lábia aqui do misto de romântico e
asceta.
O
Tulio se define nesse caso como o contrário de um espantalho desses que se
fincam numa lavoura para afastar os pássaros.
O
Tulio passa a ser nesse meu estratagema o meu pega-ratão.
E a
minha escolhida, que foi obviamente preterida pela demanda do Tulio, depois de
algum tempo de afinidade comigo, considera então que valeu a pena ser abordada
e escolhida por mim. E eu, ao ser retribuído em atenções por ela, considero-me
assim como seu eu tivesse me classificado para a Libertadores.
Interessante
é que todo idoso que avisto em qualquer parte traz consigo uma sacola de
produtos da Panvel.
Idoso
precavido é aquele que traz consigo, numa bolsa ou nos seus bolsos, os remédios
todos prescritos pela velhice.
No
meu caso, além dos remédios para a diabetes, porto medicamentos para prevenir
infarto.
Por
sinal, noto entre quatro amigos meus que usam Viagra que concomitantemente
trazem consigo remédios que previnem infarto: sabem como é, se a exigência for
demasiada para o velhinho, o coração dele pode fraquejar.
Embora,
nesses casos em que os idosos são chamados para atender desempenhos sexuais,
esforço bem maior que o deles é o de suas parceiras para desembaraçá-los,
convém então que nesse caso de conúbio estejam de prontidão medicamentos para
os casais.
Mudando
de assunto, aconteceu um caso extraordinário que chegou ao meu conhecimento: um
homem de Sapucaia resolveu parar de fumar substituindo os cigarros normais por
cigarros de chocolate, daqueles que a Neugebauer fabricava antigamente.
Mas
devorava tantos cigarros de chocolate, que tanto afastou-se do perigo de câncer
no pulmão quanto se aproximou do risco de diabetes.
Esse
episódio confirmou uma antiga convicção minha, de que todo prazer leva, se não
à perdição, a alguma doença grave.
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