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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
09 de fevereiro de 2012 | N° 16974
PAULO SANT’ANA
Ditadura no banco
Queria falar sobre um abuso, sobre a escancarada violência que sofrem as pessoas do povo.
A senhora Lilia Martins (lilia.martins@zerohora.com.br) foi, anteontem, à agência central do Banrisul, pois só no guichê poderia pagar uma obrigação.
Lá, notou que havia, segundo ela, umas cem pessoas à espera de atendimento, todas com suas senhas eletrônicas.
A senha da senhora Lilia era a nº 121 e estava sendo atendida a de nº 64. Ela se impacientou depois de alguns minutos e ficou a caminhar pelo corredor, não tinha almoçado e, pasmem, já estava à espera de atendimento havia 75 minutos.
Uma senhora ao lado dela já estava na fila fazia 90 minutos. Até os idosos e deficientes se encontravam na espera angustiante.
Agora eu pergunto: o que passa pela presidência e pela direção geral do Banrisul, um banco estatal, que não vê isso? Se se fosse levar a rigor tal descalabro, teriam de ser demitidos os responsáveis.
Será que eles pensam que é do seu direito maltratar assim sua clientela, que certamente não escolhe tal banco, é obrigada a recorrer a ele por esses sistemas pérfidos de designação dos recebimentos e pagamentos a fazer?
O que passa pela cabeça da direção do Banrisul? Será que ela pensa que pode, do jeito que quiser, maltratar as pessoas, demorando mais de uma hora e meia para atendê-las?
A lei que obrigava as agências a atender em 15 minutos foi para as cucuias.
O relato dessa senhora é constrangedor.
Quando é que vão dar um jeito nesse desaforo? Quando?
Todos os anos são divulgados os lucros do Banrisul. Porque nunca vi divulgados os prejuízos dos clientes, é que estou escrevendo isso.
Cheguei atrasado para escrever esta coluna ontem. Estava sendo submetido no setor de Medicina Nuclear do Hospital Moinhos de Vento, onde fui atendido com rara cortesia, a uma cintilografia do esqueleto.
Vararam radiologicamente meus úmeros, meus rádios, meus ilíacos, meus fêmures, minhas escápulas (na altura dos ombros, daí por que dão o nome de escapulários àqueles emblemas religiosos que se dependuram nas clavículas), meus cúbitos, meus frontais, meus parietais. Em suma, todo o conjunto corporal dos meus ossos, dos chocalhos dos meus ossos.
Segundo o radiologista, nada de anormal foi encontrado. Como sou ignorante em medicina, gostaria de saber se esse exame a que me submeti constata osteoporose, uma doença temível que consiste na rarefação anormal do osso, típica doença da velhice, daí por que a temo.
Mas estavam bem os meus ossos, graças a Deus, embora não tenha ainda recebido o laudo. Se tiverem de achar metástase do meu câncer, terão de procurar noutro lugar.
Em nós, animais vertebrados, os ossos são fundamentais para nossa postura, locomoção e outras funções.
Eu acho um milagre o que a medicina faz nos prontos-socorros: cura as fraturas e substitui, o que acho incrível, ossos por outros materiais, que acredito sejam menos duros de roer do que os ossos.
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