segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012



27 de fevereiro de 2012 | N° 16992
WIANEY CARLET


Capital fora

O Grêmio jogou menos do que contra o Inter, e o Caxias foi melhor do que quando enfrentou o próprio Inter. Consequência: empataram no tempo normal, e o Caxias despachou o Grêmio nos pênaltis. Não foi um bom começo para Vanderlei Luxemburgo. Algumas individualidades que brilharam no Gre-Nal tiveram desempenhos modestos no Centenário. Porto Alegre ficou fora da decisão. O Interior foi mais competente.

O Grêmio não conseguiu repetir o jogo de superação do Gre-Nal. Esta foi a constatação mais preocupante do jogo de ontem, mas Luxa disse bem: não basta atitude, é preciso jogar bem, e o Grêmio jogou mais ou menos.

Parece – No início de fevereiro, o presidente da Andrade Gutierrez garantiu ao ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, que tudo estaria resolvido quando aquela autoridade viesse a Porto Alegre, dias mais tarde. Enquanto isso, circulava a informação de que 95% das questões burocráticas estavam resolvidas e a assinatura do contrato era iminente.

A nota publicada pela AG, sábado, desmente tudo o que estava dito e, pior, sugere que a construtora está buscando uma desculpa para sair do negócio. A queixa da AG contra o Banrisul é tão pueril que só pode ser entendida como desejo de abandonar o barco.

Interpretação – A nota da Andrade Gutierrez enseja esta interpretação: a construtora não quis bancar os custos da reforma do Beira-Rio, por esta razão buscou financiamento e investidores. O BNDES não negou financiamento, mas pede garantias bancárias.

Não deveria ser problema para uma empresa do tamanho da AG conseguir sozinha essas garantias. Porém, ela optou por ter sócios-investidores na reforma do Beira-Rio. Na própria nota publicada, ela admite ter apenas 20% de participação na Sociedade de Propósito Específico. Portanto, os demais investidores terão 80% da responsabilidade de tudo na obra, e esses não oferecem garantias indispensáveis para que o financiamento seja obtido.

Objetivo – Parece inequívoco o objetivo da AG, segundo o seu comunicado: pressionar o governo esta­dual, tentando transferir ao Estado, por meio do seu banco, a responsabilidade pelo início das obras que dependem das garantias.

Acontece que o Banrisul não dará essas garantias porque os investidores não tem como demonstrar que podem pagar o empréstimo. E se não pagarem e o Banrisul der a garantia, o banco acabaria arcando com, no mínimo, 80% da reforma do Beira-Rio. A AG pressiona o Banrisul como última alternativa, apelando para a emoção. O Banrisul não deverá ceder.

Resumo – Tudo indica que a AG participou e venceu a licitação, elaborou a minuta, se arrependeu e estava procurando justificativa para não fazer a obra.

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