quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012



23 de fevereiro de 2012 | N° 16988
GRÊMIO


Grêmio patrola

Em resposta ao favoritismo do Inter e diante da chegada de Wanderley Luxemburgo, o Grêmio joga melhor no clássico e vai decidir com o Caxias uma das semifinais da Taça Piratini no Estádio Centenário no domingo

Nada como um Gre-Nal. O Grêmio passou da crise profunda à alegria extrema na Quarta-Feira de Cinzas. Venceu o Inter por 2 a 1 no Beira-Rio, garantiu vaga na semifinal da Taça Piratini. Hoje começa a Era Luxemburgo com a melhor atmosfera possível.

Faltou gente no Beira-Rio molhado pela chuva. Mas quem foi acabou brindado com um bom Gre-Nal.

Todos esperavam um Grêmio esgualepado pela crise. E um Inter confiante pela justa badalação das últimas atuações. Foi o contrário. O Grêmio esteve consciente de cada passo em campo.

O Inter demorou a se dar conta disso. Parecia assoberbado, esperando que o clássico se resolvesse com o passar da noite. Foi engolfado pelo Grêmio. Roger armou triângulos pelos lados: Gabriel, Souza e Moreno na direita; Julio Cesar, Léo Gago e Kleber, na esquerda. E ainda havia Marco Antônio, correndo ora pela direita, ora pela esquerda, mas sempre livre.

Com um tripé firme atrás, formado por Gilberto Silva, Naldo e Fernando, o Grêmio avançou. Léo Gago e Souza passavam expressos diante da complacência de Oscar, D’Ale e Dagoberto.

Havia um latifúndio entre o meio e a zaga vermelhos. Ocupado pelo Grêmio, é claro. Aos sete, Gilberto Silva cabeceou livre na área; aos 14, Leo Gago entrou livre e cruzou, mas Índio salvou; aos 15, Moledo derrubou Kleber quase na área. Marco Antônio cobrou, Muriel salvou, Léo Gago pegou o rebote de primeira, a bola bateu no poste, nas costas do goleiro e entrou.

Eram 16 minutos e nada mais justo do que o 1 a 0. Houve muxoxos quando Damião tentou jogada de efeito. Do outro lado, o Grêmio tramava e chutava, soberano. Acabou traído. Aos 27, Dagoberto roubou de Fernando, atravessou o campo e lançou Damião livre, que encobriu Victor e empatou.

O gol foi um presente. Que energizou o Inter. Dorival recuou Oscar, colocou Bolatti para auxiliar Elton e até equilíbrou. Ainda assim, o Grêmio seguiu perigoso. Muriel salvou gol de Marco Antônio. Antes do intervalo, o Gre-Nal teve o de sempre: lance polêmico, em falta em Sandro Silva na risca da área, e empurrões entre Kleber e D’Ale, lúcido ao analisar o que via:

– Tivemos o empate, até então não merecido. Melhoramos depois.

Dorival foi mais incisivo:

– Ficamos aquém do esperado, sem posicionamento defensivo algum.

O Inter até voltou mais ativo do intervalo. Nada mais. O Grêmio seguiu no comando. Aos 13, Kleber chutou cruzado. Aos 20, tabelou com Marco Antônio e colocou na saída de Muriel. Era o 2 a 1.

Dorival radicalizou. Trocou Sandro e Dagoberto por Jô e João Paulo. Só conseguiu resultado aos 41. João Paulo cruzou, Damião arrematou, Victor fez defesa espetacular. Era o primeiro chute a gol do Inter no segundo tempo. Aos 45, houve pênalti reclamado em toque de Gabriel. Aos 46, Oscar perdeu livre na área. Pouco para quem planejava vencer a Taça Piratini e deixar o returno exclusivo à Libertadores.

leonardo.oliveira@zerohora.com.br

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