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sábado, 25 de fevereiro de 2012
25 de fevereiro de 2012 | N° 16990
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Carnaval e tradição
As tribos carnavalescas estão agonizando em Porto Alegre, tão características que eram. As máscaras, quem usa ainda máscara, evocativas do bal masqué que até Shakespeare aproveitou em Romeu e Julieta? O “sopapo” característico do Carnaval de Pelotas resistiu porque pulou para as orquestras, mas a sua batida tradicional tão rio-grandense se perdeu. Marcava o ritmo do Carnaval gaúcho.
Que fim levaram as marchinhas de Carnaval, os sambas e as marchas-rancho com letra belíssima e música empolgante? Só sobrou A Jardineira, uma canção folclórica na origem. Hoje é só esse entediante rol de sambas-enredo, inexpressivos e repetitivos, com letras pobres e músicas indigentes.
Os “remelexos” de blocos, os que iam à frente de tudo, dançando de uma maneira requebrada e despertando a alegria da multidão, foram substituídos pelos passistas.
A alegria nas ruas eram os blocos de “sujos”, ou “sujos” individuais, com roupas que muitas vezes traduziam uma crítica a uma situação conhecida de todos, às vezes reforçada por um cartaz. Em Pelotas havia os famosos blocos de “dominós”, cujos integrantes se fantasiavam com um grande manto e usavam máscaras. Outro bloco pelotense era o dos “travestis”, pacatos cidadãos que soltavam o seu lado feminino, brincando à vontade.
Não havia profissionalismo no Carnaval. Todos eram autênticos foliões que esperavam o fim do ano para o lançamento na rádio de marchinhas e sambas, muitos dos quais resistem até hoje nos bailes de salão: A Jardineira, Alalaô, O Pequenino Grão de Areia, Chiquita Bacana, Mamãe Eu Quero. Acho que a última grande marcha carnavalesca foi Máscara Negra, do Zé Kéti. Brilhavam artistas como Chico Alves, Carmem Miranda, Orlando Silva, Francisco Carlos, Dalva de Oliveira.
Não havia escolas de samba, mas blocos de Carnaval e algum corso, dos blocos dos ricos. Agora qualquer turista pode pagar por seu ingresso e integrar qualquer escola, desde que para o ensaio nas quadras e a prova da fantasia vença a rígida segurança dos traficantes e prove a sua condição de “folião”.
E vem alguém dizer que deseja introduzir essa prática nos nossos desfiles tradicionalistas de 20 de Setembro! Não tentem botar no nosso desfile um gringo bêbado fantasiado de gaúcho. Senão, vai dar mangaço na avenida outra vez.
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