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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Bichos - Sílvia Corrêa - correa-silvia@uol.com.br
Bob, um apaixonado
Ele tem o péssimo hábito de montar nas pernas das visitantes; o problema é que é um buldogue de 30 kg
Antes de Bob, eu só havia conhecido um cão com o péssimo hábito de montar em tudo o que vê pela frente. Amon, de uma amiga de faculdade, sobe no que aparecer. É muito pouco seletivo. Já Bob não encara qualquer coisa. De fato, tem duas grandes paixões: a máquina de lavar e as pernas da mulherada.
Mas a maior diferença entre os dois é que Amon é um lhasa apso de menos de 10 kg. E Bob... um buldogue de quase 30 kg! Não adianta dar um empurrãozinho para separá-lo do seu objeto de desejo. É preciso mais. E, muitas vezes, o alvo de tanta paixão fica com cicatrizes.
Foi assim com a máquina de lavar. Vira e mexe, Bob vai à lavanderia, fica sobre as patas traseiras e repete até cansar os movimentos que faria para cobrir um ser da mesma espécie. O abdome dele bate com tanta força na lataria que a máquina acabou amassada. Imagine o estrago nas pernas das moças...
"Noutro dia, estávamos saindo para passear, Bob viu a vizinha entrando no carro e deu um puxão. A guia se soltou da minha mão, ele chegou perto antes de a vizinha pôr a perna para dentro... E 'ó'", conta o dono do cachorro, Antonio de Pádua, balançando o corpo para explicar o que aquele monte de músculos fez com a perna da vizinha.
Depois de ouvir algumas vezes essas histórias sobre as peripécias de Bob, pedi para conhecê-lo. Achava que havia exagero na narrativa.
Cheguei à casa com a filha de Toninho, e o primeiro desafio foi entrar na garagem. Bob se agarrou com tal força às pernas dela que tudo o que consegui fazer foi correr à sala. Já estava convencida: Bob é um touro.
Ele ainda não havia sido castrado, e os hormônios aumentam a libido. Mas estudos mostram que, em geral, a maior parte desses casos se resume a problemas de comportamento. Era a nossa aposta.
A filha de Toninho colocou Bob na coleira, e ficamos com ele no pátio. Não foi bem um momento de descanso. Ele tentava agarrá-la sem parar, exigindo trancos na guia.
Minha parte era chegar perto e reagir às investidas. Quando o cachorro tentava o bote, eu mostrava a sola do pé. Nada de chute. Eu só levantava o joelho e, quando ele pulava, afastava seu corpo de minha perna com a sola do tênis (até porque não teria força com as mãos...).
O embate durou uns 40 minutos. Quando notamos seu cansaço, soltamos a guia. Exausto, Bob desistiu.
O teste final era entrar de novo na garagem -sem guia, sem nada. Lá fomos nós. Bob ensaiou o salto, mostrei a sola, e ele emitiu uns sons engraçados, claramente descontente.
Descemos umas escadas. Ele reclamando e olhando para as minhas pernas. Eu repetindo "não, não e não". Chegamos à lavanderia, e Bob se deitou ao lado da pobre máquina de levar. Foi quase emocionante.
Bob não está "curado" de sua paixonite aguda, mas não podemos negar o avanço: nenhum pulo após 40 minutos. Alguém ainda duvida de que cães adultos podem aprender?
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