quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012



15 de fevereiro de 2012 | N° 16980
ARTIGOS - Mauro Salles*

Segurança bancária, um debate de todosx

Há muito que o SindBancários luta por segurança. A cada assalto, como o com reféns ao Bradesco da Azenha, em Porto Alegre, o tema vem à tona. Nossa preocupação é permanente e queremos pautar um debate na sociedade gaúcha para que medidas concretas sejam executadas pelos bancos.

A intenção de retirar as portas de segurança é de uma irresponsabilidade preocupante. Os dispositivos, implantados no final da década de 1990, reduziram o número de assaltos, conforme estatísticas dos órgãos policiais e da própria Federação dos Bancos (Febraban), segundo a qual foram 1.903 em 2000, contra 337 em 2010.

É inegável que as portas trouxeram maior segurança, no sentido de que contribuem para proteger a vida de bancários, vigilantes, clientes e usuários. Imagine-se o caos que seria sua retirada. Qualquer bandido entraria armado nas agências e efetuaria o assalto sem dificuldades.

O argumento para a retirada estaria em ações judiciais de clientes que se sentiram constrangidos pela dificuldade de acesso às agências após travamento. Concordar com essa visão equivocada seria o mesmo que acabar com a vistoria dos passageiros nos aeroportos.

A tentativa de retrocesso na segurança não proliferará em Porto Alegre e outras cidades gaúchas, pois existem leis municipais sobre o tema. A solução não é a retirada das portas, mas, sim, qualificar o seu funcionamento e ampliar as medidas de segurança.

Como exemplo, estamos pleiteando que sejam instalados biombos nos terminais de autoatendimento e nos caixas para garantir a privacidade dos clientes ao fazer suas operações. Isso se faz necessário para coibir o crime conhecido como “saidinha de banco”, pelo qual um assaltante observa quem faz um saque e avisa seu comparsa fora da agência para efetuar o ataque.

Entendo que essa medida deveria ser implementada pelos bancos espontaneamente, mas infelizmente se recusam, priorizando uma vitrina bonita em detrimento da preservação da vida de bancários e clientes.

Os bancos precisam investir mais em segurança. No ano passado, conforme pesquisa da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes, com base em notícias da imprensa, 49 pessoas morreram em assaltos a bancos, na sua maioria clientes. Devemos enfrentar essa situação, debater o tema com a sociedade e exigir dos bancos a sua responsabilidade social.

*Presidente do SindBancários

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