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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
08 de fevereiro de 2012 | N° 16973
ARTIGOS
Que país é esse?
Este é o Brasil!Nos anos 80, um refrão sacudiu a inquietude de um povo que sabia morar num país rico, mas não via prosperar a massa geradora dessa riqueza. “Que país é esse?”, perguntava a Legião Urbana, denunciando que “nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado...”. E a cutucar nossa alienação, a letra de Renato Russo ironizava: “Mas todos acreditam no futuro da nação”.
O rock fez sua parte chamando-nos à atitude. Pois, se é verdade que somos brasileiros e nunca desistimos, também é fato que até a estabilização da moeda e até algum tempo depois, quem pagava a conta das crises financeiras eram os trabalhadores. Assim, projetar um futuro bom para o povo flertava com a irresponsabilidade.
Era mesmo difícil imaginar que, em apenas três décadas, o Brasil estaria ensinando ao mundo rico a impossibilidade de um desenvolvimento sem distribuição de renda e inclusão social. Mais difícil era crer que aquele país se tornaria a sexta economia do mundo e seria comandado por uma mulher que não tem o menor pendor para o populismo.
Mas nossa esperança teimosa provou sua força e, hoje, somos uma nação que tem voz nos dois hemisférios. E não por estar entre as grandes potências, mas por ter chegado até aí dividindo o bolo da riqueza. Hoje, se alguém pergunta que país é esse, qualquer um pode dizer: este é um país cuja presidenta eleita pelo voto livre, antes, foi presa e torturada mas jamais perdeu a ternura. Este é um país que apesar da ditadura militar e das elites mesquinhas, tornou-se uma força mundial travando uma única guerra: a guerra contra a miséria extrema.
Sim, o Brasil de 2012 ainda é um país machucado, violento, um tanto corrupto. Mas já é, também, um país mais igual, com oportunidades na educação e uma das menores taxas de desemprego do planeta; um país que cresce em plena crise financeira mundial, que tem baixa mortalidade infantil, que garante alimento e casa a quem nunca teve.
Há pouco, no Fórum Social Mundial Temático, Boaventura de Sousa Santos tratou de nos lembrar que só o aprofundamento da democracia – e não sua dispensa, como vem ocorrendo na Europa – vai garantir estas conquistas recentes do povo brasileiro.
“A democracia está nas ruas e praças (únicos espaços não tomados pelo capitalismo financeiro) em Estados antidemocráticos.” As palavras de Boaventura contêm a resposta definitiva ao grito dos roqueiros para nos fazer seguir limpando a sujeira de que Russo falava. Para que quando nos perguntarem que país é esse, possamos responder: Este é o Brasil, um país que, respeitando seu povo, se fez respeitar no mundo inteiro.
*Deputado federal e secretário agrário nacional do PT
ELVINO BOHN GASS*
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