quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012



08 de fevereiro de 2012 | N° 16973
EDITORIAIS ZH


Perspectiva de valorização

Ao anunciar o envio à Assembleia do projeto de reajuste salarial de 23,5% dividido em três parcelas ao magistério estadual, o governo do Estado manifesta um duplo compromisso: por um lado, com a valorização efetiva dos professores como categoria estratégica do serviço público, e, por outro, com a responsabilidade fiscal como princípio norteador das ações do Executivo.

Tal índice de reajuste, bem entendido, não significa de pronto a panaceia para os males do ensino público, tampouco a garantia de uma remuneração capaz de quitar a imensa dívida social do Estado com seus profissionais da educação.

Numa coincidência significativa, o encaminhamento do texto do governo ao Legislativo coincide com a divulgação, pelo movimento Todos pela Educação, de um levantamento segundo o qual 3,8 milhões de crianças e jovens de sete a 14 anos permaneciam fora da escola no ano de 2010 em todo o país.

O índice oferecido pelo governo do Estado, que onerará a folha de pagamento dos professores em cerca de R$ 800 milhões, representa um gesto possível de atender parcialmente aos anseios do magistério sem comprometer o investimento público em outras áreas que também reclamam atenção.

A atitude da direção do Cpers-Sindicato de rejeitar o envio da proposta à Assembleia antes de apreciação pela assembleia da própria categoria, marcada para o dia 9 de março, não chega a surpreender. A entidade nada mais faz do que repetir um comportamento padrão diante de acenos semelhantes feitos por este e por outros governos.

Vivo contraste com o comportamento do sindicato é fornecido pelo interesse despertado pelas 10 mil vagas oferecidas em concurso público para as 30 Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) do Estado.

Contabilizados os inscritos até sexta-feira, havia 89.275 candidatos a uma função com salários de R$ 395,54 a R$ 1.186,62 e carga horária semanal de 20 horas. Esse afluxo indica que os professores ainda veem na carreira do magistério uma possibilidade de realização profissional e, talvez, a perspectiva de uma valorização efetiva. É o que a sociedade gaúcha almeja para o futuro próximo.

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