sábado, 9 de janeiro de 2010



10 de janeiro de 2010 | N° 16211
PAULO SANT’ANA


Vida fora da Terra

Astrônomos afirmam que estão à beira de encontrar planetas semelhantes à Terra em órbita de outras estrelas, um passo essencial para determinar se estamos sozinhos no Universo.

Já descobriram moléculas orgânicas em muitas estrelas. Estão agora a garantir que, dentro de quatro ou cinco anos, o primeiro planeta semelhante à Terra e a abrigar vida deve ser encontrado.

Pode até já ter sido detectado pelo homem, o que não se sabe é se é habitado.

Há uma sensação entre a maioria das pessoas de que há vida em outros planetas.

Se isso for verdade, toda a História, toda a filosofia, toda a compreensão humana terão de ser reavaliadas: isto seria a maior notícia de todos os tempos nestes cerca de 5 a 10 mil anos de que temos notícia da vida do homem sobre a Terra (o Velho Testamento tem cerca de quatro milênios).

O fato é que abundam os planetas de fora do nosso sistema solar, uma minoria ínfima já é conhecida pelo homem.

Eu imagino o dia em que a Terra conheça, por fotografia, a existência de vida em outro planeta.

Não haverá dia em que não se fale dessa notícia. E a natural curiosidade de nossa espécie lançará a humanidade à construção de nave espacial capaz de investigar de perto a civilização que conosco concorra.

E, se existir o ser extraterrestre – e todos concordam que ele existe –, será de carne e osso como nós? Se alimentará? Procriará como nós? A água será também, como para nós, vital para sua sobrevivência?

E os terráqueos terão capacidade para corresponder-se com seus remotos vizinhos? E os propósitos dos outros habitantes do Universo, quando depararem com os terráqueos, serão pacíficos ou bélicos?

E será que eles serão de carne e osso como nós ou de material mais resistente?

E habitarão um planeta maior ou menor do que o nosso? E se interessarão, como nós por certo já nos interessamos, por intercâmbio conosco?

O que mais aguça minha imaginação é o grau de desenvolvimento dos seres de outro planeta. Principalmente o desenvolvimento mental.

Uma decepção seria encontrarmos seres com vida animal inferior à nossa. Esses já o temos de sobra na Terra entre os que restaram da nossa destruição.

Serão mortais? Reproduzem-se? Alimentam-se de quê?

Já pensaram no alvoroço que causaria na Terra a notícia de que não somos sozinhos no Universo?

E que compreensão teriam os extraterrestres de questões vitais para nossa filosofia, como a vida, a efemeridade da vida, a eternidade, o reconhecimento de que existe um ímã oculto (ou visível) no Universo, Deus, com quem já mantiveram ou nunca tiveram contato.

E, sobretudo, me instiga a curiosidade saber qual a relação dos extraterrestres com o bem e o mal, se são capazes de destruir, de matar, de serem inóspitos entre suas nações ou povos.

E são capazes de ternura?

E, se já temos consciência de nossa pequenez e insignificância diante do Universo, mais isso se tornará evidente.

Porque no dia em que descobrirmos vida em outro planeta, é certo que concluiremos que existe ou existiu vida em milhões de planetas.

E que a Terra não passa de um grão de poeira entre as estrelas, com o minúsculo e inexpressivo homem a desonrá-lo.

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