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sábado, 9 de janeiro de 2010
09 de janeiro de 2010 | N° 16210
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Dia de Reis
Estamos vivendo o clima de Reis, o que, aliás, quer dizer também clima de Ano-Novo. Em termos de folclore é importantíssimo o chamado “ciclo natalino”, que vai de 24 de dezembro até 6 de janeiro (Dia de Reis).
O tradicional e autêntico Natal gaúcho, dentro deste ciclo, tinha presentes (dos pais para os filhos e dos padrinhos para os afilhados, só), terno de Reis (não em todo o RS, mas em certas regiões delimitadas), tinha presépio, pinheirinho de natal e a presença dos três reis magos que trouxeram os presentes para o menino Jesus.
Tinha no Litoral gaúcho a dança da Jardineira e o Pau de Fitas, este último salvo do desaparecimento pelo tradicionalismo.
A professora Lílian Argentina, quando lecionava anonimamente em Tramandaí, já era uma pesquisadora de folclore, embora sem treinamento específico, o que só vai conseguir mais tarde na saudosa Escola Gaúcha de Folclore.
E uma curiosidade: “as moças” do grupo de dança eram rapazes travestidos, muito “sérias” e “elegantes” que usavam máscaras femininas para disfarçar barba ou bigode.
O Pau de Fitas, reconstituído pela professora Lílian, era praticamente o mesmo que Paixão Côrtes e Barbosa Lessa recolheram na Serra e espalharam pelo tradicionalismo gaúcho.
Tinha duas diferenças: só era dançado no ciclo natalino e as moças eram alunas da professora Lílian, mas moças que usavam máscaras femininas para fingir que eram rapazes travestidos. Aí ela me convidou para que eu fosse lá para documentar tudo, e eu fui com duas alunas da Escola, as professoras Marlene Nahas e Carmen Almeida de Melo Mattos.
Mas o Natal gaúcho mudou muito. Antes os presentes eram deixados porpais e padrinhos nos sapatinhos colocados no lado de fora da casa no amanhecer do dia 6 de janeiro.
Hoje, os presentes são entregues por todo mundo na noite de 24 de dezembro, e está para sempre entronizada via comércio a figura de um Papai Noel em trenó puxado por quatro renas. Claro está que o Brasil, país tropical, não tem neve, nem trenó, nem renas. A força do comércio é tanta que nos empurrou isso goela abaixo.
Mas o tradicionalismo resiste: o Papai Noel não entra em galpão de CTG, graças a Deus.
Vamos, então, dar presentes para os nossos filhos e afilhados em nome dos três reis magos, que são a verdadeira tradição gaúcha. Que os nossos CTGs, a cada ciclo natalino, montem nos seus galpões presépios e a árvore de Natal de tradição alemã, perfeitamente autêntica.
Vamos receber os três reis magos e, nas regiões onde o terno de Reis ainda é cultuado, recebê-lo com todas as honras de estilo, cantando do lado de fora até o “dono da casa” abrir a porta e acender a luz.
E vamos também revalorizar os “Cantori dela Stella”, os ternos de atiradores e outros que existem ainda nas regiões coloniais gaúchas.
Um Feliz Ano-Novo para os gaúchos e gaúchas de todas as querências.
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