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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010
04 de janeiro de 2010 | N° 16205
PAULO SANT’ANA
Proibido ir ao banheiro
Só existe uma coisa mais chata do que levantar-se, em pleno voo, de uma poltrona de avião, dirigir-se ao banheiro e lá desembaraçar-se: é não poder levantar-se para ir ao banheiro.
Essa medida chegou a ser anunciada logo após a tentativa de explosão de um avião que pousaria em Detroit (EUA), em voo procedente de Amsterdã, Holanda, um dos aeroportos mais seguros do mundo. Daí não se poder imaginar como o terrorista conseguiu embarcar com seus equipamentos explosivos na penúltima sexta-feira.
Como os EUA são uma caixa de ressonância no mundo, as medidas de segurança nos aeroportos foram tornadas mais rígidas, não se limitando aos voos que se dirigiam ao território americano, mas assustando todas as latitudes e tornando ainda mais chato o embarque e desembarque de passageiros em todos os países.
Mas o susto foi grande mesmo quando se anunciou que uma vez sentado em sua poltrona o passageiro não poderia mais levantar-se nem para ir ao banheiro, nem para ter acesso à sua bagagem de mão nos armários que ficam acima dos assentos.
Vê-se agora que não é bem assim. A medida de proibição de ir ao banheiro e de manusear as bagagens só foi imposta durante uma hora antes de qualquer aterrissagem em território norte-americano.
Mesmo assim, considero-a exagerada: como vai fazer uma pessoa que sinta necessidade de ir ao banheiro? Será obrigada a satisfazer sua necessidade fisiológica sentada na poltrona e vestida?
Suponho que, quando houver necessidade premente do passageiro em dirigir-se ao banheiro, dois comissários de bordo o revistarão e o acompanharão até as abluções.
O terrorismo, desde a queda das duas torres em Nova Iorque, tem causado dificuldades cruciantes aos passageiros de avião.
Eu mesmo tenho sofrido com isso em aeroportos: como sou diabético, carrego comigo muitos medicamentos. Mas é terminantemente proibido carregar nas bagagens de mão quaisquer tipos de líquidos ou cremes.
É um tal de abrir malas de despacho, com seus cadeados incômodos, para transferir para elas as substâncias não permitidas que faz um verdadeiro inferno da vida dos passageiros.
Sem falar em outros objetos também não permitidos. Esses dias, eu tive de voltar da área de embarque, de onde fui chamado pelo alto-falante, para retirar da minha bagagem despachada dois isqueiros que foram detectados entre as minhas roupas.
Já para tirar os dois isqueiros da bagagem de mão e colocá-los na bagagem despachada tinha sido uma estafante tarefa. Sair lá da área de embarque, com o avião quase partindo e ir até o local do check in para descobrir entre as roupas da minha mala retida os dois isqueiros, tira cadeado, bota cadeado, repito, com o avião partindo, calculem a minha aflição.
Sem falar nos doces que sempre trago para alguma emergência glicêmica, que no outro dia foram todos apreendidos sob o meu olhar de desolação.
Várias vezes tentaram até apreender-me a insulina que guardo em uma ampola acoplada a uma caneta especial. Para explicar o meu diabetes, leva uma eternidade.
E depois de incansáveis discussões com o pessoal do aeroporto, lá sigo eu, completamente estressado, correndo para pegar o avião, deixando atrás de mim uma verdadeira piscina com milhares de isqueiros apreendidos, advertindo sob certa forma aos fumantes que deixem de fumar porque nós já nos constituímos em ameaça à segurança internacional.
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