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sábado, 5 de setembro de 2009
05 de setembro de 2009
N° 16085 - ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Martín Aquino, “El Matrero”
Nesta semana, os autores uruguaios Walter Serrano Abella e Javier Vaz me proporcionaram horas de puro deleite intelectual. Recebi deles com uma amável carta a primeira edição do livro excelente que trata da vida, paixão e morte do “matrero” cujo nome completo seria Ponciano Martín Aquino.
Os uruguaios colocam no nome de batismo do filho primeiro o sobrenome do pai e depois o da mãe. Lá, como aqui, o sobrenome materno se perde, por falta de uso. Ademais, como a paternidade do famoso “matrero” é muito discutida, ele usou sempre só o sobrenome da mãe – Aquino.
Criado sem pai no meio agreste da campanha uruguaia, trabalhando nas rudes tarefas campeiras desde guri, nunca aprendeu a ler. Contas? Ele fazia de cabeça. Indiático, era tosco, rude de aparência e muito forte.
Nadava como um peixe e foi o maior tapejara (senhor dos caminhos, vaqueano) nos campos orientais na região de Florida. Profundo conhecedor de cavalos e de pessoas, não peleava de arma branca, embora tivesse sempre uma adaga na cintura. Atirava bem e rápido de revólver, de pistola e de Winchester.
O “matrero” não é necessariamente um criminoso, mas sua vida antissocial o mantém à margem. Se tem fome, carneia a rês mais à mão, seja de quem for. Se precisa de um cavalo, atira os arreios no lombo do mais próximo. O “matrero” é um “animal de fuga”, sempre com a autoridade policial em seu rastro.
No Rio Grande do Sul tivemos “matreros” famosos, que o saudoso major Sejanes Dorneles estudou – é a ele que devemos a história de Talco Cardoso, a quem visitei na cadeia em Uruguaiana. Outra autoridade nossa é o major da Brigada Oritiz Morari Abis, de incansável perseguição ao “matrero” Locatelli e ao famoso “Castelhano”.
Voltando a Martín Aquino: quase um guri, serviu no exército e peleou na revolução nacionalista uruguaia de 1904. Entrou e saiu da polícia e foi acusado de matar um amigo brasileiro que vivia no Uruguai.
Esse conterrâneo nosso não era trigo limpo, e Aquino deu-lhe três tiros na cabeça, mas nenhum mortal. Na realidade, o brasileiro morreu porque engoliu por acaso uma sonda e se engasgou... Mas, como estava hospitalizado em razão de Aquino, este foi prontamente acusado de homicídio e aí sim começa sua vida de “matrero”.
É certo que ele se envolveu em mais duas ou três mortes, mas foi só. Muito pouco para a verdadeira campanha empreendida contra ele por policiais e até pelo exército uruguaio. E a imprensa, então? Só se referia a ele como criminoso, assassino e ladrão.
Um dia, cansado de viver, dormindo num catre de rancho, cercado pela polícia, levantou-se apenas de cueca e abriu a porta, de arma na mão, gritando:
– Aqui está Martín Aquino, carajo!
E caiu crivado de balas.
Vou fazer o possível e o impossível para lançar essa obra na Feira do Livro.
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