terça-feira, 22 de setembro de 2009



22 de setembro de 2009 | N° 16102
PAULO SANT’ANA


Os telefonadores

Sempre que vou escrever algo sobre política, me aconselho e me subsidio com a Rosane de Oliveira.

Mas não consigo falar com ela. Sempre que o desejo, ela está no telefone, certamente falando com políticos, como antigamente fazia o mesmo o José Barrionuevo.

Irritei-me na semana passada com a Rosane outra vez no telefone e deixei um bilhete para ela, em sua mesa: “Rosane, sempre que quero falar contigo, há oito anos, estás no telefone. Solicito que venhas falar comigo no próximo espaço entre um e outro telefonema teu, (as.) Sant’Ana”.

Dali a sete minutos, ela estava na minha sala, prestativa.

Aqui na Redação de ZH, há três pessoas que passam 90% do seu tempo de trabalho no telefone, a Rosane, o Nílson Souza e... a telefonista.

Estava eu ontem a remoer meus pensamentos no fumódromo da RBS, quando penetraram no recinto duas garotas de cerca de 20 anos cada.

Elas estavam prestando assessoria de moda para o caderno Donna de ZH.

Avançadíssimas, vestiam suas blusas claras coladas ao tórax, deixando provocantemente transparecer o ponto escuro e sólido dos seus mamilos.

Eu e o Wianey Carlet, que fumávamos, ficamos estatelados diante da beleza das duas jovens.

Eu, que estava com a vertigem da labirintite, tonteei mais ainda.

O Wianey, que estava pitando saudável, ficou com labirintite.

É inacreditável, mas dois grandes cantores da música brasileira e francesa foram motoristas de dois grandes ícones do cancioneiro.

Agnaldo Timóteo foi motorista de Ângela Maria, Charles Aznavour foi motorista de Edith Piaf...

Lupicínio Rodrigues era o rei das brigas com seus amores. Seu quarteto de versos na música Aves de Rapina é célebre:

Quando vou a uma festa sozinho

Esperando esquecer o meu bem

Nunca falta um engraçadinho

Perguntando “ela hoje não vem?”.

Telefonaram-me três corretores de imóveis porto-alegrenses me dando conta de que a coluna que fiz ontem sobre a Rua Padre Chagas e adjacentes fez aumentar como num passe de mágica, em torno de 20% em apenas um dia, o preço dos imóveis naqueles quarteirões.

O cancerologista, oncologista e eminente pesquisador de remédios de ervas para o câncer, o médico Gilberto Schwartzman, de prestígio profissional em nível internacional, deu-nos a seus amigos uma surpresa notável em seu sítio da Barra do Ribeiro.

Além das louças, das toalhas, dos guardanapos e dos talheres, todos de fino gosto e escolhidíssimos, do primeiro ao quinto prato do jantar, do vinho fabricado em sua dacha, o danado ainda sentou-se ao piano e para nossa perplexidade revelou-se um excelente instrumentista e cantor.

E é como eu sempre digo: vamos doar nossos órgãos, doar nosso sangue e, com a homenagem que me prestaram no Olímpico, com o Grêmio onde eu estiver.

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