Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 19 de setembro de 2009
19 de setembro de 2009 | N° 16099
NILSON SOUZA
A previsão
O homem que conserta telhados olhou para o céu, olhou para as cumeeiras da minha casa, olhou para mim e disse desanimado:
– Só posso fazer o serviço na quinta-feira, mas estão dizendo que vai chover. E ultimamente esses filhos-da-mãe não erram uma!
Referia-se, com visível mágoa profissional, aos apresentadores do quadro do tempo, esse pessoal que tem espaço cativo no rádio e na televisão para estragar o fim de semana da gente com alguns dias de antecedência. Exagero, evidentemente.
Na verdade, eles prestam um serviço relevante para o público. Nem todos são autoridades como o nosso Cléo Kuhn, que fala quantas horas for preciso sobre cúmulos-nimbos e frentes frias, e de vez em quando se assume como senhor do raio e do trovão:
– É bom ir colocando as barbas de molho porque tão cedo a gente não vai arrumar um solzinho – anda dizendo ultimamente, com uma certa dose de sadismo.
As meninas da tevê são bem menos ameaçadoras. Enfeitam-se, fazem pose ao lado de mapas animados, ensaiam um breve desfile e anunciam entre sorrisos que vem aí mais um ciclone extratropical.
Ainda há quem desdenhe dos previsores do tempo, mas, depois dos satélites meteorológicos, dos balões atmosféricos, sondas, radares e outros aparatos tecnológicos que coletam informações em todo o planeta, eles passaram a acertar quase sempre e já desfrutam de grande credibilidade.
Não há quem não pare na frente da televisão quando uma dessas musas das intempéries aparece na sua moldura de nuvens artificiais e chuvinhas de desenho animado.
Ainda mais em tempos de dilúvio universal, como esse que estamos vivendo no sul do Brasil. Dia desses, achei que tinha acordado na Macondo de García Márquez, onde choveu durante quatro anos, onze meses e dois dias.
Como estava de folga no trabalho, enfurnei-me em casa até não saber mais o que fazer. Foi então que percebi a necessidade de conserto e limpeza no telhado. No primeiro dia de sol, chamei o artífice de coberturas, sem saber que ele agenda seus compromissos pela previsão do tempo. Vou ter que esperar por nova bonança.
– Pô, Cléo Kuhn, vê se me dá uma força aí!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário