quinta-feira, 17 de setembro de 2009



17 de setembro de 2009 | N° 16097
PAULO SANT’ANA


Voltei!!!

Sofri duas cirurgias sábado passado. A primeira no ouvido esquerdo, a segunda na parótida direita.

A da parótida direita só não podia ser chamada de menos importante porque ela significava o Dr. Nédio Steffen tirar um pedaço do tumor do órgão para levá-lo a uma biópsia.

Felizmente, as 12 provas a que o patologista Geraldo Geyer submeteu as amostras do meu tecido tumoral documentaram a ausência de malignidade.

Quanto à cirurgia do ouvido, segundo o Dr. Jorge Gross, que a assistiu pelo microscópio durante mais de uma hora, disse a nós que se tratou da “melhor e mais competente cirurgia que vira em sua vida”. E olhem que ele já viu um milhar.

Foi autor da cirurgia o médico Sady Selaimen da Costa, de quem se diziam maravilhas e agora evidentemente vão se dizer coisas como “é um mago do Sião”.

Ainda estou dolorido pela intervenção, doem-me os ossos, doem-me os músculos, as cartilagens, estou muito tonto ainda, mas as mais autorizadas previsões dão conta de que em uma semana mostrar-me-ei inteiramente recuperado.

Não considero elegante o tipo de identificação que usam determinadas pessoas ilustres para registrar recados em seus celulares: “Aqui é Fulano de Tal, não posso atendê-lo neste momento. Deixe recado e em outra hora conversamos”.

Sinto-me quase ultrajado quando ouço isso em secretárias eletrônicas.

Então, quer dizer que não podem atender-me agora? Embora justificável, sintam que é um pé no saco não ser atendido, quando se queria ser atendido.

E depois: com que, então, além de não ser atendido quando queria ser atendido, “em outra hora conversamos”?

Quando o que tinha de ser dito é que não podem me atender naquele momento, mas “imediatamente me atenderão”. Imediatamente.

As pessoas que menos azucrino são aquelas que odeio.

As pessoas que amo não azucrino: não precisa.

Mas ontem um amigo me disse que, mais que azucrinar, costumo maltratar algumas pessoas que amo.

Respondi que só bato verbalmente nas pessoas que amo: é por sentir-me no direito adquirido disso.

Não existe lugar mais sublime que um hospital: ele é feito para curar as pessoas.

Por isso, detesto determinados hospícios, que são estruturados para enlouquecer as pessoas.

Bem assim como muitas prisões, que são feitas para tornar as pessoas mais criminosas do que já eram antes de entrar lá.

E há faculdades que são feitas exatamente para tornar seus alunos mais burros do que já eram ou nunca quiseram ser.

E há salões de beleza que se esmeram em enfear as mulheres.

Como há personal trainers de mulheres que incrivelmente as tornam mais pachorrentas.

Talvez por as deixarem empanturradas de prazer.

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