sábado, 26 de setembro de 2009



26 de setembro de 2009
N° 16106 - PAULO SANT’ANA


A descoberta

Continua repercutindo o anúncio de Lojas Colombo colocado pela Agência Escala em cima da página destinada à minha coluna esta semana aqui em ZH.

O Alfredo Fedrizzi, diretor da Escala, me mandou extensa correspondência de agradecimento por ter eu taxado de talentosíssima a iniciativa da sua agência.

Por sinal, o jornalismo tem estreita familiaridade com a publicidade, tanto que os cursos correspondentes convivem umbilicalmente na mesma universidade.

Se eu não tivesse sido jornalista, teria me tornado publicitário. Com o Luis Fernando Verissimo, que por sinal aniversaria hoje, deu-se isso. Durante longos anos desempenhou ambas as profissões, claro que com grande sucesso.

O Ruy Ostermann também aniversaria hoje. Abraços aos dois.

Seguidamente me entrevero com publicitários. O João Satt, diretor da Competence, é meu grande amigo, está inclusive bolando com o Mottin, da Panvel, uma campanha minha em três veículos de comunicação sobre remédios mais baratos.

Mas, então, voltando ao anúncio que cobriu a penúltima e a antepenúltima página de ZH na quarta-feira passada, Lojas Colombo, a marca do anúncio, tem sido também muito cumprimentada pelo evento.

Lojas Colombo está com o sorriso nas orelhas. E o Moisés Mendes, ex e futuro interino desta coluna, fez a grande piada sobre o assunto:

– Foi com certeza, depois da América, a maior descoberta da Colombo.

Almocei anteontem com um destacado advogado crimininalista de nosso meio.

Ele se queixou amargamente de que um réu que defendeu em processo criminal não pagou até hoje seus honorários.

Acrescentou-me que é muito comum que os réus caloteiem seus advogados defensores.

“Basta”, disse ele, “que o réu esteja ou passe a ser solto para que nunca mais pague seu advogado. A única maneira de advogado receber seus honorários de réu criminal é enquanto ele estiver preso.

Aí, Sant’Ana, com o réu no fundo da cadeia, surge dinheiro não se sabe de onde vindo, por todos os lados, para pagar o advogado. Mas, com réu solto, duvido que algum advogado seja pago por seu trabalho. A não ser que cobre adiantado, mas isso é raro.”

Interessante é que mesmo tendo sido caloteado violentamente por seu réu, o advogado tenha insistido em me afirmar que o acusado era inocente.

Por sinal, os advogados criminalistas têm a mania de achar que sempre seus constituintes são inocentes.

Uma vez, eu estava na sala do júri em que era julgado o então deputado estadual Antônio Dexheimer, acusado de ter sido o matador do também deputado José Antônio Daudt, por sinal o réu foi absolvido do crime por falta de provas, um caso de muita publicidade.

E eu na frente do réu e de seu defensor: Oswaldo de Lia Pires. Disse eu então uma frase de impacto para o doutor Lia Pires:

– O senhor nunca defendeu um réu inocente.

E Lia Pires respondeu-me imediatamente, apontando para Dexheimer: “Um exemplo disso é este homem, que é inocente”.

Dias depois, Dexheimer foi declarado realmente inocente.

E Lia Pires veio me tocar flauta. E eu disse a ele que eu não lhe afirmara que todos os seus réus eram inocentados, eu asseverara que todos os seus réus não eram inocentes.

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