domingo, 20 de setembro de 2009



IMPLANTE DE DENTE E APARELHO RENDEM SALÁRIOS MAIORES

Para atuar nessas áreas, cirurgião-dentista pode optar por um curso de especialização ou um mestrado

FLÁVIA MARTIN - IGOR GIANNASI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA


As técnicas de implantação de dentes (implantodontia), de colocação de aparelhos (ortodontia) e de procedimentos ligados à estética, como clareamento, são campos em alta para os cirurgiões-dentistas (como esses profissionais são registrados no Ministério da Educação).

E, por consequência, essas são as áreas que pagam melhor aos profissionais da odontologia, carreira que está em nono lugar no estudo da FGV sobre remuneração.
O objetivo da graduação em odontologia é formar um profissional generalista, que conheça os diversos campos da profissão.

Após a faculdade, pode-se optar por um curso de especialização ou um mestrado.

"No começo, escolher a especialidade é difícil. O aluno só vai ver o que é odontologia clínica nos últimos anos", afirma o cirurgião-dentista Mário Cap- pellette Júnior, coordenador de cursos da Associação Brasileira de Odontologia.

Nos dois primeiros anos da graduação, de modo geral, as disciplinas são básicas, como anatomia e fisiologia do corpo humano, por exemplo. Depois disso, entram as matérias específicas da profissão, como endodontia (prótese) e diagnóstico de lesões bucais.

Além de dedicação -muitas faculdades oferecem o curso em período integral-, quem escolhe a odontologia deve ter em mente que precisa investir em material e instrumentos durante e após a graduação.

"Para que o aluno possa exercer a profissão é preciso ter um capital inicial", alerta José Inácio Toledo, diretor de odontologia da PUC-Campinas.

Na época do cursinho pré-vestibular, a cirurgiã-dentista Ivana Uglik Garbui, 46, diretora da Associação Paulista de Especialistas em Ortodontia, só sabia que a carreira que queria seguir seria na área da saúde. Ela escolheu prestar o exame para o curso de odontologia por causa de sua habilidade com as mãos e pela chance de ter estabilidade econômica.

"É uma profissão muito gratificante. A parte financeira é consequência da atuação", diz Ivana, formada há 23 anos.

Ao final da faculdade, um estágio numa clínica de ortodontia definiu a sua especialização.

Mesmo gostando de diversas áreas da odontologia, Aubrey Fernando Fabre, 29, acabou optando pela ortodontia. Ele fez três anos de estágio na própria faculdade, a Unesp, em Araçatuba (a 527 km de SP), além de cursos de aperfeiçoamento na área antes de entrar no mestrado.

"A concorrência é para todo mundo. Se você não busca se diferenciar, não vai conseguir nada", afirma ele.

Do piso aos altos salários

Segundo o Sindicato dos Odontologistas do Estado de São Paulo, o piso salarial nacional de um cirurgião-dentista, para uma jornada de 20 horas semanais, é de três salários mínimos, mais 40% de adicional de insalubridade. O valor atual é de R$ 1.953.

Para se chegar a salários que podem passar de R$ 20 mil, dizem profissionais consultados pela Folha, além de um aperfeiçoamento constante na especialidade escolhida, é preciso conquistar uma boa clientela, ter experiência e maturidade profissional.

"Isso não acontece a curto ou médio prazo", diz André Passarelli, coordenador do curso de odontologia da Metodista.

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