domingo, 20 de setembro de 2009

CARREIRA DE JUIZ ATRAI POR OFERECER BONS SALÁRIOS

Magistratura requer que bacharel em direito seja aprovado em concurso

Marisa Cauduro/Folha Imagem

Fábio Poças Leitão, 71, no Palácio da Justiça



MÔNICA RIBEIRO E RIBEIRO - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cerca de 220 mil bacharéis em direito se formam por ano no país. Segundo os dados mais recentes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), referentes ao primeiro exame de 2009 (são três por ano), dos 59.832 inscritos, apenas 13.091 (22%) foram aprovados para exercer a profissão de advogado.

Com tanta concorrência, uma maneira de ganhar bem e ter segurança é seguir a magistratura.

Na pesquisa da FGV, em que a carreira de direito é a sexta mais bem remunerada, foram considerados os salários de advogados e juízes, que levaram à média de R$ 3.810,53. Mas o salário dos magistrados é bem maior do que isso.

No último concurso público para juiz federal da 1ª Região (Brasília), por exemplo, o salário inicial era de R$ 19.955,40.

Mas qual é a trilha a ser seguida para se tornar um magistrado? Primeiro: terminar a graduação em direito. Segundo: estudar, ler muito e ser bem informado para passar em um concurso público.

Magistrado há mais de 30 anos, Fábio Poças Leitão, 71, ocupa o cargo mais alto da Justiça Estadual -ele é desembargador do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

Na faculdade, ele fez estágio no Ministério Público.

"Aprendi muito vendo a atuação dos promotores públicos frente ao juízes", afirma. Os promotores atuam como representantes do poder público na defesa dos interesses coletivos e na preservação dos direitos individuais.

Em sua trajetória, ainda como juiz substituto, Leitão atuou em algumas cidades, como Piratininga (336 km de SP). Promovido a titular, na capital, acumulou a função de juiz eleitoral e também participou do início do Juizado de Pequenas Causas, atual Juizado Especial.

O desembargador, que também leciona no Mackenzie, aconselha os interessados em ingressar na magistratura a observar de perto a atuação dos representantes da Justiça. "É interessante o estudante ir ao fórum para ver o que faz o juiz."

Com a ideia fixa de ingressar na magistratura, o juiz substituto estadual Roberto Zani- chelli Cintra, 33, fez alguns sacrifícios: em 2006, parou de trabalhar como advogado, vendeu o carro e foi se dedicar aos estudos, por dois anos e meio.

Aprovado em 2008, foi designado substituto, cobrindo as ausências de juízes titulares. Já atuou no litoral paulista e no interior do Estado.

Para ele, a mobilidade é benéfica. "Eu adquiro mais experiência e junto elementos para quando assumir uma comarca [conjunto de varas judiciais, divididas por região]."

O interessado em se tornar juiz deve ter no mínimo 23 anos de idade. Antes de prestar o concurso, o candidato precisa ser bacharel e ter a prática jurídica comprovada por no mínimo três anos -não é preciso ter registro na OAB.

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