sexta-feira, 18 de setembro de 2009



Vale-tudo e surfe nas curvas do arco-íris triplo

Decididamente está difícil entender este século XXI cambalache e estas metamorfoses ambulantes de duas pernas, mil corações, alguns membros e não sei quantas cabeças que andam por aí, dizendo, redizendo, tresdizendo, bendizendo, maldizendo, escrevendo,reescrevendo, trescrevendo e fazendo milhões de releituras de si mesmos e dos outros. Está bem, desisto, nem vou procurar a ajuda de algum filósofo alemão ou psicanalista austríaco para tentar entender.

De repente vou ler algum palavroso filósoso francês hiperpósmoderno que vai me ensinar que não há mais nada que ensinar, entender ou aprender. Falando nisso, passeando por aí, fiquei sabendo que uma mulher estava num bar da cidade e, lá pelas tantas, movida certamente por poderosos motivos sensuais ou de outra natureza, resolveu transar com um moço dentro do banheiro feminino.

Consta que eles teriam fechado a porta divisória interna, mas, mesmo assim, o ato sexual urgente foi interrompido pelo dono do bar ou por outra pessoa, não me disseram ao certo. Não sei até onde a história é inventada ou não.

A pessoa que me contou disse que os donos do estabelecimento não gostaram do motel improvisado. Mas me disse tambem que a namoradeira se sentiu ofendida e que está pensando em processar a casa, por entender que sua constitucional privacidade e sua moral ilibada foram abaladas.

Falei com algumas pessoas a respeito. Uns disseram que o amor é lindo, que os donos do bar e os outros envolvidos deveriam ter deixado o lance rolar e fim. Outros acharam que os proprietários da casa têm razão de reclamar, que banheiro não é para isso e tal, que os outros clientes merecem respeito etc.

Outros acham que a mulher tem razão e que devia ganhar uma grana pelo alegado dano moral. E vocês, meus milhares de leitores, o que acham?

Querem analisar, comentar, entender, interpretar e opinar ou simplesmente mudar de assunto? Ah, sim, colunista, especialista em generalidades, deve opinar e uma boa crônica não deve acabar em ponto de interrogação.

Bom, na minha opinião cada um tem suas necessidades, emoções, razões e momentos e, claro, direitos e obrigações, mas, no caso, não sei, infelizmente, ainda, de todos os detalhes e, como disse no início, está difícil entender o planeta e os humanos nesses dias que surfam nas curvas de algum arco-íris triplo e levam as interrogações e as respostas para os infinitos mares imaginários.

Jaime Cimenti

Ainda que com chuva uma ótima sexta-feira e um excelente fim de semana

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