Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
domingo, 27 de setembro de 2009
DANUZA LEÃO
Com que sonha Eike Batista?
Sonha em ser o homem mais rico do mundo, e certamente o será. Agora, a pergunta que não quer calar: e depois?
É CURIOSO observar a vida das pessoas, e quando elas se tornam públicas, temos o direito de falar alguma coisa sobre elas -sem entrar em intimidades demais, claro.
A primeira vez que ouvi falar de Eike Batista foi há muitos anos; faltavam oito ou dez dias para ele se casar com uma bela moça das mais tradicionais famílias cariocas -convites expedidos, presentes recebidos-, quando ele conheceu Luma de Oliveira.
A paixão foi fulminante, o casamento desfeito, os presentes devolvidos. Convenhamos: é preciso muita coragem e muita determinação para desmanchar um casamento dias antes de ele acontecer. Algum tempo depois ele se casou com Luma, tiveram dois filhos e viveram uma vida tranquila: não iam a festas, jantares, eram um casal dos mais pacatos.
Pacatos, até que se começasse a ouvir o som dos tamborins.
Quando se conheceram, Luma já tinha sido rainha da bateria de mais de uma escola, e depois do casamento estabelecido, os filhos nascidos, ela continuou a fazer o que mais gostava: ser madrinha da bateria, e nunca houve nenhuma igual a ela.
Quando Luma despontava, a avenida se levantava, e isso não é maneira de dizer. Ninguém conseguia ficar sentado vendo aquela moça linda, com o sorriso mais lindo, sambando melhor do que qualquer sambista de morro. Um verdadeiro espetáculo.
Enquanto Luma desfilava, nunca se soube do seu marido, Eike; se ele estava em casa vendo pela televisão, se estava viajando, se estava dormindo.
A verdade é que nunca houve comportamento mais discreto do que o seu, e sua (pelo menos aparente) falta de ciúmes, de deixar a mulher desfilar praticamente nua na avenida foi, durante um tempo, o assunto da cidade. O tempo passou, o casal se separou, e começou a surgir o personagem Eike Batista.
Não vou falar de suas empresas de mineração, da TVX, que acumula 300 toneladas de ouro (os negócios de Eike têm sempre a letra X, sinal de multiplicação), dos negócios que só os homens de negócios compreendem, mas da diversificação dos novos empreendimentos do empresário.
Eike decidiu abrir na Lagoa o restaurante Mr. Lam, e trouxe o cozinheiro do melhor restaurante chinês de Nova York. Foi um acontecimento, e o Rio de Janeiro durante um tempo só falou nisso.
Não contente, ele decidiu entrar no território do turismo e mandou adaptar um grande barco para fazer passeios na baía de Guanabara. Pensa que terminou? Não; Eike comprou o Hotel Glória, um ícone da cidade, tanto quanto o Copacabana Palace, com a vantagem de se situar a cinco minutos do aeroporto Santos Dumont. O hotel está fechado, e é um mistério o que vai acontecer com ele.
Recentemente, Renata Almeida Magalhães, mulher de Cacá Diegues, escreveu um artigo em "O Globo" ressentida com o pouco apoio que recebeu da Finep para terminar o filme do qual é produtora; faltavam R$ 500 mil, que ela não conseguiu obter. Tocado pelo artigo,
Eike ligou para ela -não sei nem se se conheciam- e mandou um cheque de R$ 1 milhão.
Rodrigo Santoro também teve uma bela ajuda do empresário para fazer seu filme, sem esquecer que Eike tomou a si a responsabilidade de limpar a lagoa Rodrigo de Freitas e assegurou que em dois anos poderemos todos estar nadando nas suas águas, que estarão cristalinas; ah, e agora quer comprar os 30% do Bradesco na Vale.
Eike Batista sonha em ser o homem mais rico do mundo, e certamente o será. Agora, a pergunta que não quer calar: e depois, Eike Batista?
danuza.leao@uol.com.br
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