quarta-feira, 31 de janeiro de 2024



31 DE JANEIRO DE 2024
INFORME ESPECIAL

Da ficção científica para a vida cotidiana

Elon Musk (foto) conseguiu: anunciou ontem o maior feito de sua startup de neurotecnologia. A Neuralink concluiu o implante de um chip cerebral em humanos. Outras companhias já haviam realizado procedimentos do tipo, mas, agora, a corrida "do impossível" não só se tornou "possível", como real. Se as pesquisas evoluírem, aquilo que nos acostumamos ver em filmes de ficção científica saltará das telas para a vida cotidiana. E, no ritmo em que as coisas vão, não vai demorar.

O objetivo é estabelecer canais diretos de comunicação entre os cérebros e a inteligência artificial. Lembra dos famosos ciborgues? Pois é.

No caso do chip de Musk, a meta é permitir que pessoas com paralisia controlem aparelhos com o pensamento. O dispositivo já havia sido testado em macacos - e eles aprenderam a jogar o videogame sem usar o joystick. Só com o cérebro.

Um mundo de novas possibilidades se abre à frente, com todos os riscos que isso inclui. Que a IA seja usada de forma responsável e ética.

Os anjos da guarda da Polícia Penal

Eles não têm asas, mas são anjos da guarda. Hoje, o Rio Grande do Sul conta com o trabalho de 288 cachorros adestrados - entre eles o pastor holandês Mohoc (foto) - na vigilância de presídios gaúchos. Eles são fundamentais para evitar fugas e dar segurança aos agentes.

Conversei com o responsável técnico pelo Grupo de Operações com Cães da Polícia Penal, Anderson Cardoso, que também lidera o Canil da 9ª Delegacia Penitenciária Regional (na área de Charqueadas). Fiquei impressionada com o que ouvi.

Primeiro, porque, ao contrário dos animais que acompanham os bombeiros, os cães do sistema penal quase não são vistos. Muita gente nem sequer sabe deles.

- É um trabalho que o público em geral desconhece, porque é difícil chegar perto de uma penitenciária. E é importantíssimo - diz Cardoso.

Os cães atuam em diferentes frentes. A mais comum é a guarda externa dos presídios. Eles também participam de ações de busca e apreensão nas cadeias, protegendo os tutores e detectando materiais ilícitos (como drogas).

- Foram 48 operações do tipo em 2023, envolvendo, em média, de 150 a 200 presos, sem nenhum incidente grave - destaca o coordenador.

Outra função canina é a busca e captura - aquilo que a gente vê nos filmes. Quando um apenado foge, cães e policiais vão atrás. Os cachorros são treinados para localizar o fugitivo e, se preciso for, imobilizá-lo.

O mais interessante de tudo isso é que, nas horas de folga, eles são mascotes como quaisquer outros. Os agentes levam os cães para casa.

- Eles são o que chamamos de binômios. São nossos parceiros. Se tiramos uns dias de descanso, levamos eles junto para a praia ou para onde for. E cuidamos bem da saúde deles. São anjos da guarda - resume Cardoso.

JULIANA BUBLITZ

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