terça-feira, 23 de janeiro de 2024



23 DE JANEIRO DE 2024
INFORME ESPECIAL

Novo destino para o que iria para o lixo

Criada na pandemia, uma ação voluntária tocada por alunos e professores do Instituto de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul tornou-se um exemplo de como é possível canalizar boas ações e fazer a diferença. Desde 2020, o projeto Reconecta UFRGS recebe doações de computadores usados, conserta as máquinas (veja a foto) e destina os aparelhos - que acabariam no lixo - a estudantes carentes.

Na primeira fase do programa, entre 2020 e 2022, cerca de 300 universitários receberam equipamentos recuperados, de graça. De lá para cá, outros cem alunos foram beneficiados com o empréstimo de laptops e manutenção garantida até o final do curso de graduação.

- A gente recebe as doações de pessoas físicas, de escritórios e de empresas, arruma, instala softwares livres e repassa aos estudantes em situação de vulnerabilidade social por meio de sorteio. É um modelo simples, que vem dando muito certo - comemora Renato Ribas (no detalhe), professor à frente da iniciativa.

A ideia é legal por várias razões. Uma delas, claro, é ajudar quem não tem condições de comprar o próprio computador. Outra vantagem é o aprendizado. Os alunos que trabalham no projeto têm a chance de testar o que aprendem nas aulas. Também ganham os doadores.

O descarte de eletrônicos é um baita desafio. Muita gente não sabe o que fazer com o computador velho, quando compra um novo. No caso de empresas, a situação piora, porque o volume é maior, e há a questão ecológica. Os aparelhos não podem ser jogados em qualquer lixeira.

Então, se é possível ajudar alguém, por que não?

É o caso da gaúcha Nelogica. Parceira do Reconecta desde 2022, a empresa já doou mais de 100 computadores e 200 itens periféricos (cabos, baterias, etc.) ao projeto. À medida que os materiais são "zerados", novos alunos são alcançados. A intenção, a cada semestre, é sortear mais 20 estudantes beneficiados e, se tudo der certo, ir além.

- Nosso sonho é exportar esse modelo a outras universidades públicas - diz Ribas.

JULIANA BUBLITZ

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