Um novo ministro da Justiça
O advogado Ricardo Lewandowski sempre foi leal ao PT. Seu lado político é inegável. Não duvido da qualidade técnica de Lewandowski. Ele é preparado, se formou em uma das melhores universidades do Brasil. Só espero que o novo ministro da Justiça atue pelo país, e não pelo presidente que o escolheu. Ele vai assumir o cargo nos próximos dias, depois que Flávio Dino se afastar para assumir vaga de ministro do Supremo.
Atualmente, Lewandowski está exercendo atividades jurídicas num tribunal do Mercosul. O que Ricardo Lewandowski fará como ministro tem que ser diferente do que ele já fez. Ele foi presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a mais alta corte brasileira. E, como tal, presidiu a sessão que decretou o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2016.
Ninguém me contou, eu estava lá e vi. Depois da aprovação, ele e o então presidente do Senado, Renan Calheiros (MDB), fizeram uma manobra político-jurídica para poupar a presidente Dilma e manter seus direitos políticos. Não se trata de ser a favor ou contra o que os dois fizeram. O fato é que foi uma atitude que desrespeitou a maioria dos senadores.
O respeito aos brasileiros, que faltou naquele momento, pode ser restaurado agora. Talvez seja ilusão minha, mas sou um sonhador e, como tal, tenho esperança. O novo ministro está com 75 anos. Provavelmente, será o último emprego dele. É desta forma que ele será lembrado. A caneta do ministro da Justiça assina as decisões mais importantes do país sobre segurança da população.
A insegurança hoje é motivo de preocupação para uma boa parte dos brasileiros. O presidente Lula tem em mãos pesquisa que mostra que a avaliação do governo atual é negativa em relação à segurança pública. A sensação de insegurança cresceu. As pessoas têm medo de caminhar na rua e sofrer um assalto. Se houver uma insurgência de bandidos, é o ministro que, com os secretários de Segurança, terá de atuar. As polícias obedecem a ordens das autoridades. Espero que o novo ministro da Justiça aja para mudar essa triste realidade. O brasileiro não espera um ministro a serviço do governo. Ele quer alguém que trabalhe pelo país. Afinal, somos nós todos que pagamos o salário dele.
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