quinta-feira, 25 de janeiro de 2024


+ ECONOMIA

"Doce oficial" em Paris será gaúcho

Maior exportadora de doces do país, a Docile fez parceria com o Comitê Olímpico do Brasil (COB). A marca será o "doce oficial" do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris, de 26 de julho a 11 de agosto. A fabricante com sede em Lajeado poderá usar a marca oficial do COB em seus produtos, e o comitê poderá usar a marca da empresa.

A parceria foi formalizada na sede do COB, no Rio de Janeiro, na segunda-feira. Participaram Ricardo Heineck, sócio-diretor da Docile, representantes do COB e atletas parceiros, como a ginasta Rebeca Andrade. Por questões contratuais, o valor do acordo não foi informado.

- Foi o investimento mais ousado que já fizemos. Os valores dos atletas olímpicos têm tudo a ver com os da Docile, que são dedicação, superação, gentileza. É importante para a marca se tornar mais conhecida no meio esportivo - diz Heineck.

Desde 2022, a Docile tem como embaixadora a skatista Rayssa Leal, o que "abriu portas", segundo Heineck.

Problema será amanhã

A primeira greve geral no governo de Javier Milei, convocada apenas 45 dias depois da posse, teve origem política. O apoio de vários opositores, entre os quais o governador da província de Buenos Aires, o kirchnerista Axel Kicillof, confirmou. Essa origem não tira nem acrescenta mérito à mobilização, mas precisa ser reconhecida porque a combinação entre o azedume da crise em que a Argentina já estava mergulhada e o amargor das medidas de Milei pode mudar a gênese dos protestos.

O objetivo foi pressionar os congressistas a não aprovar a "Lei Ómnibus" de Milei. Entre as propostas polêmicas que sobreviveram aos recuos, estão as que minam a própria existência dos sindicatos. Líderes sindicais como Pablo Moyano e Héctor Daer acusaram Milei de querer "destruir o Estado" e propuseram "luta até que se rejeite o DNU (o decreto, que também precisa da chancela do Congresso para produzir efeitos) e a Lei Ônibus".

Como a coluna já relatou, mas sempre é bom lembrar, o movimento sindical na Argentina tem muito mais força do que no Brasil. Não só por questões socioculturais, mas porque movimentam grandes quantias como intermediários na assistência médica aos trabalhadores. Por isso, têm musculatura financeira e logística para produzir grandes mobilizações como a de ontem.

Esse poder enfrentou desgaste popular nos últimos anos. Ao longo do governo de Alberto Fernández, marcado pelo aprofundamento da crise, quase não houve protestos. Como a vida não estava fácil, os sindicatos foram cobrados por não reclamar de nada. Uma das mudanças anunciadas às vésperas dos protestos foi a correção das aposentadorias - até março, subirão 35% ante inflação trimestral de 76%. Quando passar a ser mensal, será com dois meses de atraso. Esse é o risco que Milei corre: se os protestos deixarem de ser políticos e refletirem o desespero do empobrecimento, aí será problema.

MARTA SFREDO
 

Nenhum comentário: