sábado, 13 de janeiro de 2024



13 DE JANEIRO DE 2024
ACERTO DE CONTAS

Falências saltam 51% no RS

O Rio Grande do Sul fechou 2023 com o registro de 50 falências de empresas. Isso representa um aumento de 51,5% sobre os registros do ano anterior, quando foram 33 ocorrências.

Já era prevista a elevação. Muitos negócios estavam com alto endividamento, agravado pelo cenário de juro alto. O início de 2023 ainda trouxe uma economia bastante travada, em parte com o receio pelo resultado da eleição nacional, mas também por um mercado de crédito retraído, inclusive pelo rombo contábil na Americanas. Os indicadores melhoraram no segundo semestre, mas algumas empresas não tiveram fôlego para esperar.

Apesar da elevação, não é um número recorde. Longe disso, aliás. Segundo o monitoramento da Junta Comercial, outros anos tiveram mais falências. Em 2019, por exemplo, foram 92 registros.

Recuperação judicial

Mecanismo usado por empresas para evitar a falência, as recuperações judiciais tiveram um salto ainda maior. Foram 110 casos no Rio Grande do Sul, mais do que dobrando os 47 registros de 2022. A coluna percebe que, além do cenário econômico, mudou a forma como os empresários enxergam a ferramenta, recorrendo a ela com mais frequência. Antes, o receio e até a vergonha faziam com que as empresas não cogitassem ou deixassem esse mecanismo para a última hora, quando o negócio já estava quase quebrando. É provável que tenhamos mais casos de empresas que consigam reestruturar as finanças e sair da recuperação judicial.

Troca de sede no Vale do Sinos

Empresa que vende compressores de ar fabricados pela norte-americana Ingersoll Rand, e com clientes como Petrobras e John Deere, a PNX Ar Comprimido está transferindo a sede de Novo Hamburgo para São Leopoldo após 25 anos no local. O investimento é de R$ 1,5 milhão, valor baixo porque aproveita a estrutura deixada pela indústria química Lanxess, que esteve no espaço por três décadas. Com a mudança, a PNX passa a ter o dobro de área para o negócio, com 1,5 mil metros quadrados, conta o gestor administrativo da empresa, Nicolas Freitag. Os prédios anteriores serão vendidos ou alugados. Criada em 1992, a PNX também tem unidades em Santa Catarina e no Paraná.

RONALDO BEBER CEO da Gramado Parks

Dona de grandes empreendimentos, como os famosos parques Snowland e Acquamotion, a Gramado Parks está em recuperação judicial, com dívidas dentro e fora do processo, que passam de R$ 1 bilhão. Para a reestruturação, foi contratado o CEO Ronaldo Beber, que deu entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

Qual a negociação com credores, principalmente o maior, que é a Fortesec?

Todos os credores são importantes e estamos apresentando números operacionais animadores, com público recorde nos parques e na hotelaria. Houve um acordo societário. Alguns fundadores passaram ao conselho, focados no longo prazo, e eu assumi com a diretoria uma função operacional.

Afeta a operação dos parques e hotéis?

Não, a operação continua firme. Não podemos perder o foco no cliente. Vamos entregar aquilo que prometemos, atrações inovadoras e hospitalidade.

E a entrega para quem comprou imóveis?

Estamos 100% comprometidos nas renegociações para cumprir prazos. Não temos nenhum empreendimento com risco grande de não acontecer, pelo contrário. Algumas obras foram suspensas, mas já ocorre a retomada. De resorts, temos obra em Foz do Iguaçu (PR) e Carneiros (AL). Em Gramado, temos um lançamento.

Aumentou a inadimplência no modelo de multipropriedades?

A Gramado Parks não sofreu tanto. Há taxas um pouco mais altas de distratos, o que é natural pela venda mais agressiva e algumas vezes focada na emoção. O cliente entende o negócio da empresa e tem uma adimplência maior. Nossas taxas de inadimplência e distrato, felizmente, vêm reduzindo exponencialmente.

gIANE GUERRA

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