segunda-feira, 15 de janeiro de 2024


15 DE JANEIRO DE 2024
OPINIÃO DA RBS

MENTIRAS CRIMINOSAS

A exemplo do que já ocorreu durante a campanha de vacinação contra a covid-19, delinquentes digitais voltam agora a plantar notícias falsas nos meios digitais para desconstituir uma iniciativa governamental voltada para a proteção das vítimas de roubos e furtos de celulares. Tão logo o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançou em dezembro do ano passado o aplicativo e o site Celular Seguro, para facilitar o bloqueio de aparelhos roubados e inibir um crime cada vez mais frequente no país, começaram a surgir mensagens alarmistas dizendo que se trata de um sistema de espionagem para capturar dados dos usuários. 

"É melhor perder o seu celular do que a sua liberdade" - diz uma das chamadas capciosas que, infelizmente, têm sido repassadas por pessoas ingênuas ou de má-fé, interessadas em prejudicar politicamente a atual administração do país.

Menos de duas semanas após o seu lançamento em 19 de dezembro, o sistema desenvolvido pelo MJSP em parceria com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e com outras instituições financeiras já contava com a adesão de mais de 1 milhão de usuários. Na primeira semana de operação, o sistema recebeu pedidos de bloqueio de quase 4 mil aparelhos roubados, furtados, perdidos ou extraviados.

O inegável sucesso da iniciativa parece ter despertado a fúria dos extremistas digitais que insistem na tese de que se trata de "uma armadilha para os brasileiros de bem". Em outra mensagem bastante difundida nas redes sociais, detratores anônimos escancaram o viés político e suas más intenções: "Não baixe o novo aplicativo ?celular seguro? do governo Lula. Se trata de um spyware, um aplicativo que tem controle total sobre seu celular e seus dados. Repassem".

Tudo falso. Especialistas da Agência Brasileira das Empresas de Software (Abes) consultados sobre a questão são unânimes em garantir que a maioria das informações necessárias para o credenciamento no aplicativo já são conhecidas pelos órgãos públicos. O governo federal não teria a necessidade de coletar esses dados por meio da nova plataforma se quisesse fazer algum uso deles. Esclarecem ainda que a maior parte dos vazamentos de dados em meios digitais decorre de erro humano ou em consequência de técnicas de manipulação aplicadas por vigaristas, que usam a confiança e a ingenuidade das pessoas para obter informações e senhas de acesso, especialmente a aplicativos bancários.

Além disso, é importante ressaltar que os termos de uso do aplicativo oferecido pelo Ministério da Justiça são absolutamente transparentes. O usuário que se der ao trabalho de ler saberá que a ferramenta apenas faz a interligação entre vítimas do crime, a Agência Nacional de Telecomunicações e as empresas parceiras do projeto para que sejam tomadas as devidas providências de bloqueio do funcionamento do aparelho.

Pena que ainda não exista um bloqueio igualmente eficiente para a disseminação de fake news, um delito que costuma ser potencializado por cidadãos que não se informam adequadamente sobre questões essenciais para suas vidas.

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