Um tuco-tuco em ação
Um tuco-tuco, roedor que habita as dunas do Litoral Norte, foi registrado pelo repórter fotográfico de ZH Jefferson Botega no último dia 7, em Nova Tramandaí, no Litoral Norte. Botega estava com a esposa, aproveitando o sol, quando notou a areia "pulando" e resolveu registrar o que se passava.
- Eu sempre levo a GoPro (câmera especializada em registrar movimentos), e a Tati (esposa) me sugeriu colocar a GoPro lá. Deixei ela lá por uns 80 minutos. Fui dar uma conferida e ele tinha fechado a "porta" da toca. Acho que se assustou com a câmera. Resolvi mudar a estratégia, e coloquei a GoPro na parte de trás da toca. Aí deu uns 40 minutos e vimos que o tuco-tuco estava a mil trabalhando - afirma Botega.
Os tuco-tucos das dunas (Ctenomys flamarioni) são espécies que só aparecem no Estado, segundo o site Fauna Digital RS, da UFRGS. A espécie possui coloração clara e é morfologicamente mais robusta que as demais espécies de tuco-tucos do sul do Brasil.
O tuco-tuco das dunas está listado como em perigo de extinção pela IUCN Red List of Threatened Species, uma vez que seu hábitat permanece em constante alteração, seja pela ação dos ventos e das marés ou pelo avanço da ocupação humana.
"A principal ameaça é a remoção da primeira linha de dunas, prática que tem como objetivo a urbanização e a especulação imobiliária do litoral, gerando descaracterização deste ambiente. Além do impacto antrópico sobre as dunas, como o pisoteio e deposição de lixo, presença de espécies domésticas, silvicultura (plantio de Pinus sp.) e monoculturas também podem ameaçar a permanência da espécie no local", afirma a UFRGS.
- Importante dizer que as dunas são um ecossistema que abriga muitos animais, e muitas vezes as pessoas usam as dunas para sentar, ou chegar até a beira da praia. Qualquer passo pode desmanchar uma toca do tuco-tuco - relata Botega.
Em geral, esses pequenos roedores vivem em suas galerias subterrâneas e não é muito comum que saiam de suas casas. Só deixam seu lar para se alimentar, limpar a toca ou tirar o excesso de areia, como flagrado nas imagens.
O bichinho vive por cerca de dois anos, costuma pesar cerca de 300 gramas e se alimenta unicamente de plantas.
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