Cai ministro de Milei, aos 47 dias
Pouco mais de 24 horas depois da primeira greve do governo de Javier Milei, veio a primeira baixa em sua equipe. O presidente da Argentina exigiu a renúncia do ministro de Infraestrutura, Guillermo Ferraro. A informação vazada que irritou Milei foi uma ameaça que ele mesmo teria feito na reunião de gabinete da manhã de quinta-feira. Incomodado com a demora na aprovação da Lei Ônibus, especialmente com a resistência de governadores de todos os partidos, o presidente da Argentina teria dito que pretendia deixá-los "sem um peso" e "afundar a todos".
A pasta, que inclui transporte, obras públicas, mineração e comunicações, será transformada em uma secretaria do Ministério da Economia comandado por Luis "Toto" Caputo. É bom lembrar que uma das medidas de austeridade de Milei é não fazer investimento público em infraestrutura. A primeira baixa ocorre apenas um mês e meio depois da posse, tão prematura quanto a paralisação.
Segundo a imprensa argentina, foi atribuída a Ferraro a responsabilidade pelo vazamento da declaração de Milei nesta reunião de gabinete.
foi a "alta" da inflação medida pelo IPCA-15 em janeiro (a pesquisa é feita de meados do mês anterior até o meio do atual). Ficou bem abaixo da expectativa (0,47%), mas teve aumento do índice de dispersão (quanto a alta de preços está espalhada) e dos serviços subjacentes (os que variam menos), o que reforça o cenário para corte de 0,5 ponto percentual no juro na próxima quarta-feira (31).
Supressão de árvore terá critério técnico
A tempestade do último dia 16 acentuou o debate sobre eventuais riscos relacionados à vegetação. Enquanto moradores reclamam da inação da prefeitura ante pedidos de remoção de árvores que consideram ameaçadoras, cidadãos temem o corte indiscriminado, depois que podas malfeitas desfiguraram espécimes e ainda aumentaram o risco de quebra de galhos.
Na terça-feira passada, a prefeitura de Porto Alegre comunicou que articula com "Estado e CEEE (...) cooperação para podas e supressão de árvores". A coluna foi perguntar à secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, quais critérios técnicos devem guiar esse trabalho. Conforme a secretária, o governo do Estado já prepara um projeto, a ser enviado ao Legislativo, com regras para vegetação que tem propensão ou contato direto com a parte dos equipamento elétricos, sejam linhas de transmissão, de distribuição ou as subestações:
- Vamos trazer métricas de segurança para as vegetações que estão próximas à fiação elétrica, embaixo ou ao lado, por exemplo, um distanciamento de 15 metros para cada lado da fiação.
A coluna quis saber se "15 metros" é um critério técnico já definido, a resposta foi de que esse número é apenas "uma suposição". Foi um susto, porque se valesse para as árvores já existentes, Porto Alegre viraria um deserto. Menos mal que não será.
- Vamos estabelecer regras para novas ocupações com vegetação. As que já existem deverão passar por avaliação, mais urgente para as que oferecerem mais risco, promovendo substituição ou adequação. A ideia não é cortar árvores, apenas promover a convivência harmônica e segura.
Ainda conforme a secretária, o governo está incentivando que as prefeituras revisem ou elaborem planos diretores de arborização urbana e façam inventários para verificar a situação dos exemplares existentes. Segundo Marjorie, os critérios e parâmetros serão baseados em fundamentos técnicos, que vão determinar o tipo arbóreo mais adequado para cada região.
- As árvores são importantíssimas, são equipamentos da urbanização. Ajudam na regulação de clima, dão conforto ambiental e térmico. Então, em momento algum ou hipótese alguma, estamos dizendo que não devemos ter árvores nas cidades. Mas é preciso seguir ritos, técnicas e métricas, para reduzir o risco de causar impacto nos temporais.
A coluna está comprometida a acompanhar com lupa e a cobrar dos gestores públicos que a "supressão" não signifique transformar as cidades em desertos.
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