terça-feira, 7 de março de 2017



07 de março de 2017 | N° 18786
EDITORIAIS

OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO


Oreinício das aulas na rede estadual de ensino foi marcado por muitas incertezas e nenhum avanço em relação a anos anteriores. Tudo é preocupante: o descontentamento dos professores com atrasos salariais, a ameaça de paralisação pelo sindicato da categoria, a redução do número de profissionais por aposentadoria, licença e falta de reposição, a precariedade de instalações escolares e a dificuldade de implantar o turno integral determinado pela reforma do Ensino Médio. Essa é uma área em que o governo deveria se empenhar para assegurar maior atenção, mesmo dentro das limitações financeiras do Estado.

De um lado, o que a comunidade escolar percebe hoje é o governo do Estado rechaçando a acusação do Cpers de que não quer negociar, pois não teria mesmo é “condições de negociar”. De outro, a entidade representativa do magistério reforça a intenção de não aceitar a “precarização da escola pública”, o que de fato já está em curso, com a redução de verbas e a imposição de novas exigências aos educadores. Na prática, o fato concreto é que esses conflitos vão afetar ainda mais a qualidade do ensino, impondo mais prejuízos aos alunos da rede pública.

Generalizada em âmbito estadual, a insatisfação entre os professores estende-se agora à rede municipal em Porto Alegre, em consequência da nova rotina escolar definida pela prefeitura. São impasses preocupantes, que deveriam ter sido evitados com mais diálogo antes do início do ano letivo. É inadmissível que alunos motivados com a retomada das aulas, depois de um ano de dificuldades generalizadas nas escolas, sejam confrontados já de início com uma realidade marcada por problemas para os quais não contribuíram.

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