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sábado, 11 de fevereiro de 2012
11 de fevereiro de 2012 | N° 16976
PAULO SANT’ANA
Um assalto idiota
Um médico me perguntou como vem sendo minha vida sexual durante os últimos 30 anos.
Eu disse a ele que minha vida sexual vem sendo igual à Coca-Cola: no início Normal, tempos depois Light e agora Zero.
Estive pensando sobre o chefe da quadrilha que tentou anteontem roubar o Bradesco da Azenha.
Ele deve ter pensado que não valia a pena assaltar mais essas agenciazinhas do Interior: muito pouco dinheiro e muita incomodação para fugir pelas estradas rurais.
Deve ter pensado, ao expor o plano aos seus comparsas: “Vamos logo ao Fort Knox dos bancos gaúchos. Publicaram esses dias o balanço de lucros do Bradesco e ele foi alentador. É esse dinheiro que nós vamos buscar”.
Em questão de três minutos, a quadrilha estava enfrentando nada menos do que todo o aparato policial do Rio Grande do Sul: Polícia Civil, Polícia Federal e de quebra toda a Brigada Militar.
O sujeito precisa ser um idiota completo para planejar um assalto desses.
A quadrilha estava a um passo da fortuna do banco e a um palmo da prisão.
Uma questão do Direito Trabalhista que me intriga: os funcionários da agência do Bradesco na Azenha, que estiveram em poder dos assaltantes das 16h, horário de encerramento do expediente, até as 20h, quando foram libertados, têm direito ao recebimento de quatro horas extras?
Falei esses dias com um instrutor de vigilantes de bancos. Ele me disse que todo o plano de instrução dos vigilantes é dirigido no sentido de instruir seus agentes sobre como deverão ser assaltados.
Em nenhum momento, faz parte da instrução dos vigilantes qualquer forma de evitar os assaltos.
Os bancos, por sinal, são injustos: quando vamos a uma agência para receber dinheiro, eles só nos pagam o que consta no papel.
Mas basta que um pseudocliente mostre um revólver ao caixa para que ele entregue todo o dinheiro disponível.
Outra coisa injusta é que assaltante não retira senha de atendimento no banco e fura a fila de clientes, não respeitando nem os idosos, nem os cadeirantes, nem as gestantes.
Por sinal, eu não entendo esse sistema de manutenção de vigilantes de bancos nas agências.
Se o banco for assaltado, todo o seu prejuízo será reposto pela seguradora.
Para que, então, gastar tanto com os vigilantes?
É mais uma das farsas sociais que se apinham em nosso cotidiano.
Nunca é demais relembrar, nestes momentos, o conhecidíssimo ensinamento de Bertolt Brecht: “Não existe nenhuma diferença entre assaltar e fundar um banco”.
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