terça-feira, 7 de fevereiro de 2012



07 de fevereiro de 2012 | N° 16972
PAULO SANT’ANA


O cárcere matrimonial

Vivam para sempre os magistrados íntegros.

E viva para sempre o Conselho Nacional de Justiça.

E como é que é? Foi arrecadado praticamente R$ 1 trilhão em tributos pela União no exercício de 2011.

No entanto, os vencimentos dos funcionários da Receita Federal continuam inalterados.

Não é, no mínimo, um molestamento à meritocracia?

Recebi uma carta de Dora Avante, a tradicional correspondente do Luis Fernando Verissimo.

Achei que era engano. Mas ela foi desde logo esclarecendo: “Estou apenas atendendo aos meus atávicos impulsos de traição. Por que terei de ser exclusiva do Verissimo, se tu podes também ser um excelente canal para minha comunicação?

Esclareço-te que recebi quatro propostas de casamento de cotadíssimos futuros ministros de Dilma Rousseff na reforma ministerial que vem sendo anunciada. Minha assessoria está examinando detidamente os currículos dos quatro candidatos.

E certamente escolherei cuidadosamente aquele que revelar não só potencialidade para malfeitos insuspeitados como capacidade de chegar a esses lucros com a máxima discrição e aparência de austeridade. Além disso, esta missiva tem a indisfarçável meta de provocar ciúme no Verissimo. Saudações da também sua Ravissante, Dorinha Avante”.

Estranha frase do treinador Caio Junior na entrevista coletiva após o Gre-Nal, a respeito de ter substituído o jogador Marquinhos em meio à partida, justamente aquele que vinha sendo o melhor jogador da partida, o que provocou vaias dos torcedores gremistas: “Os torcedores têm a mania de querer que seja mantido no time o melhor jogador da partida”.

Estranha mania é a dos treinadores de sacar do time aqueles jogadores que mais se destacam no jogo.

Dá para entender um disparate desses?

Um dia flagrei e registrei nesta coluna que um hospital porto-alegrense cobrava taxa de estacionamento de carro fúnebre que ia ao nosocômio para recolher cadáver.
Agora, no clássico Caxias x Juventude, um porteiro queria cobrar de um cadeirante não só o seu ingresso pessoal como o estacionamento da cadeira de rodas no estádio. Felizmente, terceiros intervieram e mostraram que aquilo era uma loucura.

Uma estranha volúpia tributária assalta as criaturas humanas.

Adoro pássaros, mas resisti galhardamente nestes meus 72 anos a engaiolar qualquer um deles para deliciar-me com seus cânticos e suas caleidoscópicas penugens. Me orgulho disso.

Já, por outro lado, sinto profunda vergonha de por duas vezes, como adoro mulheres, ter aprisionado duas delas na gaiola do casamento.

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