08 de dezembro de 2009 | N° 16179
PAULO SANT’ANA
Soou o alarma
Já não há mais dúvida de que as mudanças climáticas derivadas do aquecimento do planeta são obras de ação humana.
E não há também qualquer dúvida de que estamos diante da maior crise da história da humanidade.
Estou me referindo ao futuro da Terra, um futuro muito breve, 20, 30, 40 anos, que poderá ser afetado fatalmente pelo aquecimento global.
Por ser imediatista, a humanidade desconhece o perigo. E poucos de nós, quase ninguém, estão dando atenção a esta conferência que está se realizando na Dinamarca e que delibera, pela ONU, os compromissos das nações industrializadas de emitirem menos gases-estufa, com o fim de diminuírem os efeitos do aquecimento global que pode se dizer já aterroriza a espécie humana.
A Terra vem transmitindo sinais assustadores: a queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão) de 2008 cresceu em 40% com relação a 1990. Essa queima atingiu o pior cenário projetado pela ONU.
Isso quer dizer que, em 18 anos, a emissão de gás carbônico se elevou em nível insuportável.
A fração de gás carbônico absorvida pelos oceanos e florestas diminuiu em 5% nos últimos 50 anos.
As temperaturas globais vêm subindo à taxa de 0,19 grau Celsius por década, mesmo tendo havido diminuição da atividade solar, o que esfria a Terra. A alta da temperatura terrestre está ligada diretamente à emissão de gases-estufa.
E as plataformas de gelo da Groenlândia e da Antártica perdem massa em ritmo crescente, com aceleração do derretimento de geleiras de montanhas e regiões polares.
Esses sinais se refletem em aumento do nível do mar da ordem de 80% a mais do que o esperado pela ONU.
Tudo indica que o nível do mar, em poucas décadas, se continuar a se elevar, irá inundar muitas cidades.
Como não preocupar essa calamidade? Estados Unidos e China, os dois maiores poluidores, chegam a esta conferência de Copenhague mais preocupados em não decretarem recessão industrial em seus países do que no futuro do planeta e da humanidade.
O homem atira-se ao progresso e ao lucro, desconhecendo que essa sua sanha vai causar desequilíbrio climático capaz de destruir a Terra ainda neste século. No mínimo, esse caos determinará a morte de bilhões de pessoas e a inanição de outro tanto ainda neste século.
Mas como não soar o alarma entre os povos e as nações para este extermínio do meio ambiente?
A Terra é o lar do homem. Como deixar o homem de cuidar do seu lar?
O que será dos nossos netos e bisnetos? Qual o futuro do homem sobre a Terra se continuarem indiscriminadas as emissões e os desmatamentos?
O Universo é eterno. Mas a Terra é menos que um grão de areia do Universo. Engana-se a maioria que pensa que a Terra pode ser também eterna e inatingível.
Se ela não se cuidar, é o fim dela.
Não existe nada de mais sério do que esta responsabilidade do inquilino homem sobre a conservação do seu prédio.
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