Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
21 de dezembro de 2009 | N° 16193
LUIZ ANTONIO DE ASSIS BRASIL
Plínio Bernhardt
Era um homem discreto. Jamais erguia a voz. Era um pintor, antes de tudo, mas também professor, aquarelista e desenhista. E tudo fazia bem. Gostava-se de estar com ele, todos gostavam; isso porque sempre aprendíamos algo.
E ele possuía uma virtude que parece desaparecida: a de escutar os outros com uma atenção compreensiva e solidária. Quase nunca usava o “eu”. Não fazia caso do disse-me-disse habitual na cena artística. Sempre encontrava uma inesperada palavra para desculpar e compreender. Onde ele estivesse formava-se um instantâneo colóquio de generosidades.
Na juventude teve professores como Ângelo Guido e João Fahrion, cujas influências foram importantes para a realização de uma obra nitidamente figurativa. Não se entenda, porém, como figurativismo tout court: ele obtinha resultados estranhos e belos, mesmo trabalhando com o real.
Nas paisagens, tanto urbanas como rurais, por exemplo, imprimia uma representação de voluntária imobilidade, de placidez e força. Mas pode-se sentir uma trêmula e inquietante vida nos seus casarios, nas suas igrejas, nas suas casas – tudo contido por um traço rigoroso e seguro.
Junto, talvez, a Pedro Weingärtner, foi um dos grandes vitalizadores do cenário cultural sul-rio-grandense. Gostava do nosso estilo, tinha grande apreço por nossa identidade. Não por nada que o Rio Grande é seu assunto preferencial.
Em boa hora, sob a liderança da incansável Yvonne Bernhardt, sua mulher, acaba de sair uma publicação denominada Iconografia Sul-Riograndense de Plínio Bernhardt, sob o patrocínio do Grupo CEEE e do Centro Cultural Erico Verissimo, com apoio de instituições privadas. Nela colaboram tantas pessoas que é impossível nomeá-las neste espaço.
Essa ação plural de gente talentosa resultou numa obra de excelente leitura gráfica e cabais textos interpretativos. É possível entender esse álbum como um dos melhores já aqui realizados: sóbrio como o artista que o inspirou, elegante, prestimoso.
Plínio Bernhardt é um nome que integra o melhor que a cultura do Estado já produziu nas artes – e não só: sua atividade magisterial e de administrador (foi diretor do Margs) ficam como testemunho de uma ação que aumenta o tempo e nos orgulha.
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