terça-feira, 22 de dezembro de 2009



22 de dezembro de 2009 | N° 16194
LUÍS AUGUSTO FISCHER


Os 10 da década

Não costumo fazer essas listas de balanço, melhores do ano, muito menos da década, que, por sinal, tecnicamente não termina neste fim de ano. Mas acabou que fui convidado por um jornal carioca a opinar, a oferecer a minha lista dos 10 maiores livros de ficção de autor brasileiro publicados nos anos 2000.

Gastei um tempão recorrendo arquivos das resenhas que escrevi neste tempo já longo, botei o banquinho e sentei diante da estante com os livros brasileiros recentes, repassando as lombadas, abrindo volumes, comparando, e por fim, cheio de dúvidas ainda, lasquei os meus 10 mais.

Cabe anotar que não entrava crônica na parada; se entrasse, eu colocaria, ao lado de Banquete dos Deuses, do Luis Fernando Verissimo, um outro livro, sublime, superior, que eu vou resenhar neste espaço brevemente: se chama Eles Foram para Petrópolis e foi escrito por Ivan Lessa, meu modelo inatingível de texto, e Mário Sérgio Conti.

Aí vão os meus 10, sem ordem de valoração entre si, separados por gênero.

Romance

1 – Dois Irmãos, Milton Hatoum

2 – Mamma, Son Tanto Felice (e o projeto integral do Inferno Provisório), Luiz Rufatto

3 – O Filho Eterno, Cristóvão Tezza

4 – Budapeste, Chico Buarque

5 – A Chave de Casa, Tatiana Salem Levy

6 – A Arte de Produzir Efeito sem Causa, Lourenço Mutarelli

Conto

7 – Os Lados do Círculo, Amílcar Bettega Barbosa

Poesia

8 – Elefante, Francisco Alvim

9 – Viagem, Espera, Paulo Neves

10 – O Mundo como Ideia, Bruno Tolentino

Era isso, mas com persistentes dúvidas da minha parte. Tirei do meu cenário de escolha escritores já consagrados antes de 1990/2000, como João Ubaldo, Moacyr Scliar, Lya Luft, Carlos Heitor Cony e Luiz Antônio de Assis Brasil, por exemplo; me concentrei em livros de alta qualidade que eu releria agora com gosto e proveito.

Fiquei infeliz por não colocar algum livro do Fernando Bonassi, que é excelente mas não tem “o” livro ainda, e nem colocar o Fabrício Carpinejar, que tem vários livros de poesia ótimos mas não alcançou ainda, talvez, uma síntese.

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