Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
07 de dezembro de 2009 | N° 16178
PAULO SANT’ANA
Melhor assim
Por um instante, o Grêmio resistia bravamente ao Flamengo no Maracanã em 1 a 1, e eu me levantei da cama e vim escrever esta coluna. Porque se tratava, se o Inter fosse campeão, de uma das tramas mais intrigantes e exóticas do destino: o Grêmio dando de bandeja para o Internacional o título brasileiro, façanha que há 30 anos o clube do Beira-Rio não alcançava.
Desvesti o pijama e corri para a Redação para escrever esta coluna. Era por demais excêntrico o desfecho do campeonato.
Mas, no caminho do jornal, ouvi pela Gaúcha o segundo gol do Flamengo. Melhor assim, fosse campeão o Internacional e festejaria o povo colorado, pela primeira vez em sua história, um título desajeitado, desanimado, sem poder tocar flauta nos gremistas, o que, cá para nós, não tem nenhuma graça.
Melhor assim, o Internacional cumpriu com seu papel e o Grêmio cumpriu com seu papel. No primeiro tempo do Maracanã, incrivelmente, o time de reservas e garotos do Grêmio parecia ser melhor que a equipe titular tricolor.
Deu para ver, então, ter sido desastrada a atuação do treinador Paulo Autuori no Grêmio, como esta coluna já escreveu, faltou estratégia ao ex-treinador gremista, que desperdiçou as partidas fora do Olímpico, vencendo apenas um de seus jogos, até seu afastamento, quando poderia ter usado de método tático mais eficiente para conduzir o time, digamos, obtendo pelo menos três vitórias e três empates fora de casa, o que elevaria o Grêmio à ponta de cima da tabela.
Melhor assim, o Grêmio do Maracanã ontem foi digno, quase tirou o título do Flamengo.
E foi finalmente um desfecho esperado do campeonato, a torcida colorada não tinha, antes do jogo, nenhuma esperança de ser campeã.
Se o Grêmio desse o título ao Internacional ontem, a conquista seria insípida, inodora e insossa, não teria nenhum colorido a festa, o diabo desta fórmula imposta pelo campeonato incrivelmente obriga torcedores a torcer pelos rivais, o que estraga todo o gosto pela disputa.
Depois de anos de ostracismo, o futebol carioca ressurge valorizado: o Flamengo é o campeão da série A e o Vasco abocanhou o título da série B.
O Botafogo conseguiu safar-se do rebaixamento na última rodada e coube ao Fluminense uma façanha memorável: em dado momento do certame, o Fluminense tinha 98% de possibilidades de vir a ser rebaixado.
Numa impressionante reação, que consagra o treinador Cuca, o Fluminense arrancou para 11 jogos invicto e viu-lhe surgir o milagre de não ser rebaixado.
Melhor assim, não ficava bem para o Grêmio dar o título ao Internacional.
E não ficava bem para o Internacional receber a ajuda decisiva do Grêmio no jogo final.
Mas o Grêmio, ainda assim, ajudou o Inter a disputar a Libertadores do ano que vem. Os sete pontos que o Grêmio tirou do São Paulo, do Cruzeiro e do Palmeiras desanimaram estes times.
Melhor assim, foi claro o desjeito da torcida colorada: ela não queria um título oferecido na bandeja pelo Grêmio.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário