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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Jaime Cimenti
Pai, filho, amor e tragédia
O romance Como Deus Manda, do escritor italiano Niccolò Ammaniti, foi o vencedor do Prêmio Strega 2007, o mais importante e disputado da literatura italiana. Tal fato justificaria, por si só, a tradução e a leitura da densa e alentada narrativa de mais de quatrocentas páginas.
Ammaniti, nascido em Roma, em 1966, é autor dos romances Branche, Ti Prendo Via e Não tenho medo, além da antologia de contos Fango. Seus livros já foram publicados em 44 países.
Em Como Deus Manda a história gira em torno de um pai e seu filho, que, desde o abandono da mãe, vivem juntos e, por meio de um amor inigualável que se nutre de violência, radicalismos e alcoolismo, vão levando a vida adiante do jeito que dá. Até onde pode ir o amor entre pai e filho?
O que se consegue suportar em favor desse amor? Rino e Cristiano Zena, pai e filho, moram em Varrano, pequena cidade da Itália e vivem em estado de penúria. O ambiente é uma bagunça, tal qual suas vidas. Rino, tatuado, adorador do nazismo, é um operário desempregado e Cristiano é um menino recluso que frequenta uma escola onde ninguém lhe dá a mínima.
Além dos dois, o grupo que compõe a narrativa é completado por dois amigos de Rino: Danilo Aprea, um melancólico operário que perdeu a filha em um acidente e foi largado pela mulher e Corrado Rumitz, o Quatro Queijos, que ficou sequelado depois de um acidente com fios de alta tensão.
Pretendendo dar uma virada na vida, os quatro decidem arrombar um caixa eletrônico, mas, na noite escolhida para o golpe, ocorre a maior tempestade dos últimos anos. Rios transbordam e a lama parece sepultar toda a esperança. As trevas tomam conta.
Mas a verdadeira mudança vai acontecer quando entra em cena uma menina loira que, ao voltar bêbada e drogada da casa da melhor amiga, acaba transformando o destino de todos.
Tragédia profunda e humor desenfreado se mesclam na narrativa movimentada, que utiliza linguagem direta, nua e crua e na qual não faltam fantasmas e remorsos, bem como escuridão, muita tensão, sonhos e brutalidade.
Sem dúvida, uma fábula apocalíptica bem atual que tem muita força e sedução, mostrando por que Niccolò Ammaniti, que atualmente vive em Roma, é destaque na cena da moderna literatura italiana. 436 páginas, tradução de Karina Janinni, Bertrand Brasil, telefone 21-2585-2070.
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