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domingo, 25 de outubro de 2009
Planejamento financeiro visa a engajar colaborador
Empresas usam ferramentas para reduzir o estresse dos empregados
MARIANA IWAKURA- DA REPORTAGEM LOCAL
Com o objetivo de reduzir preocupações e aumentar produtividade e comprometimento, algumas firmas têm oferecido orientação de planejamento financeiro aos funcionários.
Na Accenture, a ferramenta Você e seu Bolso faz parte do programa RH em Ação. Abrigada na intranet da companhia, contém informações sobre como organizar gastos pessoais e fazer planejamento financeiro.
O oferecimento dessa ferramenta, cujo uso não é obrigatório, aliada a outras, aumentou o nível de comprometimento de 57% para 66%, segundo Lauro Chacon, diretor de recursos humanos da Accenture.
"Quem não tem controle sobre os gastos tem de recorrer ao banco, ao cheque especial. [A falta de dinheiro] pode até levar as pessoas a desenvolver doenças e vícios", ressalta Marcia Lima, assistente social da 3M, que oferece aulas e uma planilha orçamentária.
"O impacto que o dinheiro tem na família, na segurança e na produtividade do funcionário é muito grande", destaca.
O Grupo VR desenvolveu, em parceria com o Instituto Akatu, um jogo interativo de consumo consciente. Com a inclusão de renda e gastos, a ferramenta informa se a pessoa é equilibrada com o salário.
Há também uma planilha para controle dos gastos mensais e uma apostila para uso do dinheiro e do crédito. De acordo com a gerente de RH do grupo, Roseli Araújo, as ferramentas fazem parte da integração dos funcionários novos.
A parceria também foi o caminho seguido pela Teleperformance, que oferece a infraestrutura para um curso ministrado pela Bovespa. As aulas abordam usos do dinheiro, inflação, planejamento de educação e mercado de ações.
Segundo Paulo César Vasques, presidente da companhia no Brasil, na última pesquisa de satisfação, os colaboradores deram nota 8,4 para a satisfação geral com a empresa.
Diagnóstico
Para William Eid Júnior, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas), há ainda pouca preocupação das firmas com o planejamento financeiro do empregado.
"Elas não fazem [esses programas] por desconhecimento e porque os problemas financeiros não chegam de forma direta às chefias", afirma.
De acordo com levantamento feito por Eid com 135 funcionários da FGV, 42% dos colaboradores têm alto ou altíssimo estresse financeiro. O questionário foi feito no primeiro semestre de 2008, antes da crise.
O professor concluiu também que os profissionais nessa situação faltam mais e fazem mais pedidos de tempo livre do que os que têm menos estresse.
Com MARIANA DESIMONE, colaboração para a Folha
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