sábado, 24 de outubro de 2009

A Time e a revolução silenciosa das mulheres tristes

qui, 22/10/09
por Martha Mendonça | categoria Uncategorized
| tags felicidade, mulher, pesquisa


Em meados de setembro, fiz um post aqui no blog sobre a pesquisa americana que eu havia lido no New York Times e mostrava o crescimento da insatisfação das mulheres em relação à vida.

De acordo com os dados do estudo O Paradoxo do Declínio da Felicidade Feminina, elas estavam menos felizes do que as mulheres da década de 70, quando a série de pesquisas começou a ser feita.

O post causou debate e acabei fazendo uma matéria na ÉPOCA - Por que as mulheres são tão tristes? -, que também está rendendo muita leitura e comentários em nosso site.

Esta semana, a Time, para muitos a revista semanal mais importante do mundo, dedicou sua capa ao assunto. De onde vem esse paradoxo: se as mulheres nunca tiveram tanta liberdade, tantas opções, por que estão tão insatisfeitas?

É justamente a complexidade do mundo de hoje - quanto mais expectativas, mais chances de decepção? Ou as duplas, triplas jornadas estão pesando demais sobre nossos ombros? “Uma revolução silenciosa mudou o status da mulher americana“, diz a Time.

Em maio de 1972 - tempo em que, segundo a pesquisa, as mulheres eram mais felizes -, a revista também dedicou uma edição às mulheres, que estavam na efervescência de sua emancipação. “Onde ela está e para onde vai?”, pergunta a matéria principal.

Na capa, uma cabeça de mulher transparente mostra o que há por dentro: filhos, casamento, trabalho, feminismo, livros, consumo, troféus (e até um bob de cabelo, coisa que não se vê mais). Ou seja: muita coisa.

Mesmo achando bastante estranha essa ideia da infelicidade (e não me sentindo assim de forma alguma), tenho a sensação de que pode se tratar mesmo da semente de uma revolução silenciosa, como diz a Time.

Alguma coisa está fora da ordem. Isso não significa que tenhamos que esvaziar nossas gavetas do trabalho e passar a ficar em casa com as crianças. Mas certamente há algo a ser debatido e, talvez, modificado.

Talvez não seja algo em bloco, mas um ajuste individual, de cada uma. A ideia de que o que é melhor para cada mulher é sabido apenas por ela e deve ser seguido sem medo dos padrões, obrigações e expectativas de quem está em volta e da sociedade.

A certeza de que não há fórmulas para a vida e nem rigidez para o que vem a ser ”uma grande mulher”.

Você concorda? 

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